A disputa pelo comando da Câmara e do Senado aprofundou a crise interna do PT.
Com a anuência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as
principais lideranças defendem a composição com candidatos de partidos
da base do governo Temer, como Rodrigo Maia (DEM) ou Jovair Arantes
(PTB) na Câmara e Eunício Oliveira (PMDB) no Senado.
O líder do partido na Câmara, Carlos Zarattini (SP), abriu diálogo
com os governistas sob o argumento de que a prioridade é que o PT tenha
hoje um espaço nas Mesas Diretoras compatível com o tamanho de sua
bancada.
Segunda maior bancada da Câmara, com 57 deputados, o PT quer a
segunda secretaria, responsável por serviços administrativos e
encaminhamento de requerimentos de informação a ministros.
Para petistas, não será possível ter o cargo com o lançamento de uma
candidatura de oposição, como a do pedetista André Figueiredo (CE).
“Não adianta um candidato de oposição fazer um discurso bonito no dia
de votação e acabar ali. Nossa prioridade é ver respeitada a regra que
garante ao PT a segunda vaga na mesa. Quem é contra isso não entendeu a
questão”, diz Zarattini.
O líder do PT manifestou sua posição na terça (10) ao participar do
lançamento da candidatura do governista Jovair. Sua presença provocou a
reação.
Secretário de Formação do PT, Carlos Árabe lembra que Jovair foi
relator do voto do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. “É
indigno e imoral o líder do PT botar o pé no ato desse candidato
golpista”, criticou.
No Senado, em desacordo aberto com o líder da bancada, Humberto Costa
(PE), Lindbergh Farias (RJ) critica o apoio à candidatura de Eunício à
presidência da Casa. O PT tem dez senadores.
“É fazer aliança com golpista, que foi relator da PEC 55 [teto de
gastos], que vai comandar o processo de desmonte da Constituição e de
ataque ao direito dos trabalhadores”, acusou.
Dois dos maiores defensores de Dilma à época do impeachment,
Lindbergh e Gleisi Hoffmann (PR) rechaçam a costura com governistas.
“Em situação de normalidade democrática não haveria problema em fazer
composição na Mesa Diretora”, completa Lindbergh, que chama as
negociações feitas nas duas Casas de “divórcio com a militância” do
partido.
Gleisi diz que há ainda uma extensa pauta de medidas do governo Temer que serão votadas no Senado.
“Ainda teremos a reforma da Previdência e a trabalhista, um dos
atentados a um dos direitos mais antigos dos trabalhadores”, destacou.
FORA DA MESA
A posição de cada partido pode ser determinante para seu futuro no Congresso nos dois anos seguintes à eleição.
Ao apoiar o falecido Luiz Henrique (PMDB-SC), que concorreu contra
Renan Calheiros (PMDB-AL) em 2015, o PSB, por exemplo, ficou sem espaço
na Mesa Diretora, apesar dos critérios de proporcionalidade usados nessa
composição.
Essa também é uma preocupação do PT. Líderes do partido citam a
eleição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para o comando da Câmara em 2014.
Cunha –hoje cassado e, em seguida, preso –venceu à época Arlindo
Chinaglia (PT-SP).
Com a vitória, o peemedebista limou os petistas de cargos-chave da Casa.
No Senado, Eunício tem prometido ao PT a primeira secretaria, um
cargo que funciona como uma espécie de prefeitura da Casa, sem
visibilidade política externa, mas com alto poder de gerenciamento
orçamentário interno.
DECISÃO DO PARTIDO
O comando do PT decidiu delegar ao Diretório Nacional –instância
máxima do partido– a decisão acerca da sucessão para os comandos da
Câmara e Senado.
Essa é, segundo petistas, a primeira vez que o debate chega
formalmente ao diretório do PT, até porque o partido costuma lançar
candidatos à presidência das Casas.
Embora já esteja na pauta oficial da reunião, que ocorrerá na sexta
(20), petistas tentarão selar um acordo até lá. A bancada petista se
reunirá dois dias antes para discutir sua posição.
No dia 19 (quinta-feira), a Executiva Nacional do PT também tentará dirimir conflitos e evitar que o impasse seja levado a voto.
Apesar desses esforços, a polêmica já chegou às redes sociais. O
secretário de Comunicação do partido, Alberto Cantalice, publicou uma
crítica aos petistas dispostos a negociar com candidatos governistas em
troca de uma lugar nas Mesas Diretoras da Câmara e do Senado.
“Os golpistas que usurparam o poder estão desmontando as políticas
públicas. Conciliar com eles é trair a tradição das esquerdas”,
escreveu.
O ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à Presidência, também
se manifestou, chamando de “traidores” aqueles que pretendem compor com
governistas em detrimento da candidatura do pedetista André Figueiredo,
também do Ceará.
Na tarde de ontem , o SINSP e as demais entidades sindicais que
fazem parte do Fórum Estadual de servidores se reuniram com o Governo do
Estado. Participaram da reunião o SINSP, SINPOL, SINDIFERN, Adepol,
Associação dos Policiais Militares, Sinai, Sinte. Representando o
Governo; os secretários Cristiano Feitosa (Administração), André Horta
(Tributação), Gustavo Nogueira (Planejamento), Juliska Azevedo
(Comunicação) e Alexandre Varela (Procurador Geral do Estado) e Tatiana
Mendes Cunha (Casa Civil).
Os sindicatos iniciaram a reunião apresentando ao Governo os dados
sobre as arrecadações do Estado em 2016 que mesmo diante de quadro de
crise econômica, superou o ano de 2015. Questionaram também o grande
volume de pagamentos à fornecedores, efetuados no mês de dezembro que
foram muito superiores à média mensal de janeiro a novembro de 2016. O
valor de pagamento à fornecedores apenas no mês de dezembro, além da
média dos primeiros 11 meses do ano passado ultrapassa 135 milhões de
reais.
Entretanto o 13º salário dos servidores foi parcelado, e concluído
apenas no dia 10 de janeiro. E o pagamento da folha do mês de dezembro
está sendo parcelado. Aqueles servidores que recebem até 3 mil reais
receberam seus salários, hoje (11). Mas aqueles que estão acima desta
faixa salarial ainda não sabem quando irão receber. Isso gera uma série
de problemas aos trabalhadores, endividamento, depressão, angustia,
insatisfação, revolta.
Outro assunto cobrado pelos sindicatos foi com relação às sobras
orçamentárias dos Poderes Legislativo, Judiciário, Ministério Público e
Tribunal de Contas. Os secretários confirmaram que o Poder Executivo
está tomando providências para receber as sobras orçamentárias dos
demais poderes e aguardam respostas das ações judiciais que já foram
iniciadas pelo Governo.
Sobre os números apresentados, o Governo não deu respostas concretas,
apenas falou que precisa analisar os dados apresentados e saber quais
fontes foram utilizadas para efetuar estes pagamentos aos fornecedores.
Ficou acertado uma nova reunião, próxima terça (17) com o secretário de
Planejamento para que o Governo apresente explicações sobre as finanças
do Estado e os números apresentados pelas entidades sindicais.
Janeayre Souto (presidente do SINSP) cobrou a realização de concurso
público, no sentido de suprir as vagas existentes na administração
direta do estado por aposentadorias, falecimentos e exonerações.
Denunciou ainda o grande número de bolsistas, terceirizados e
comissionados existentes que sobrecarregam a folha de pagamento do
Estado. Falou também sobre a necessidade de melhorar o portal da
transparência para facilitar o acesso às informações para que as
entidades e a própria sociedade possam fiscalizar melhor o que é feito
com o dinheiro que pertence ao povo, e portanto deve ser investido em
prol da melhoria dos serviços públicos.
Os sindicatos não obtiveram respostas sobre uma data precisa para a
conclusão da folha de dezembro, mas o Secretário Cristiano Feitosa (Adm)
garantiu que seria até o fim do mês de Janeiro.
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