Embora rompido com o Governo Rosalba Ciarlini, o
presidente estadual do Partido da República no Rio Grande do Norte, o
deputado federal João Maia, não traz restrição a coligação com o
Democratas. João Maia considera legítima a candidatura própria ao
Governo defendida pelo PMDB, mas demonstra desconforto pelo vácuo dos
peemedebistas, que ainda não indicaram o postulante ao Governo. “Ele (o
PMDB) julga que tem força e tem, na minha opinião, de ter a cabeça de
chapa, mas a gente tem que ter o projeto para o Rio Grande do Norte e
saber quem é essa cabeça de chapa”, avalia. João Maia nega a postulação
ao Executivo estadual, mas sinaliza com uma candidatura a
vice-governador, embora pondere que é uma pessoa “de grupo.
O presidente estadual do PR defende a manutenção da aliança entre os
líderes, como o deputado estadual Ricardo Motta (PROS), ministro
Garibaldi Filho (PMDB), deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB) e
o senador José Agripino Maia (DEM). “Se a gente puder sentar e discutir
o futuro de 2014 eu prefiro. Se não, vou discutir eu e o PMDB. Porque
eu e o PMDB a gente tem uma relação política que vem da eleição
passada”, analisou. Logo após o PR realizar encontro para anunciar o
rompimento com o Governo Rosalba Ciarlini, fato que ocorreu na última
sexta-feira, o deputado federal João Maia concedeu a seguinte entrevista
para TRIBUNA DO NORTE:
Em que falhou o governo Rosalba?
É um Governo que se fechou, que é muito desconfiado, não conversa com
ninguém, não é à toa que foi perdendo o PMDB, foi perdendo os partidos.
Você não pode ser parte de um Governo. Eu não estava no Governo por
causa de cargos. Aliás, como disse o deputado George Soares, a gente sai
do Governo de onde não tinha problema nenhum porque não tínhamos nenhum
ASG. Estávamos para ajudar o Rio Grande do Norte, mas o Governo não
quer ser ajudado. O que vamos fazer?
Como o senhor avalia esse momento da gestão estadual?
É um Governo fechado, muito pouco dado ao diálogo. Não tinha condição de ficar na base do Governo.
No momento em que o senhor colocou a decisão do partido para os
liderados (definirem pela saída ou não da gestão), não temeu um desfecho
diferente do que o senhor queria (que era romper mesmo)?
Nós trabalhamos muito para organizar o partido e criar núcleos de
decisão. Eu não falei por eles (pelos liderados), mas eu dei minha
opinião.
Desde os primeiros sinais que o senhor deu, de insatisfação com o
Governo, houve alguma tentativa de Rosalba Ciarlini manter o PR na base?
Hoje eu tomei café da manhã com ela (Rosalba Ciarlini) e o marido
dela, Carlos Augusto. Fomos conversar sobre a questão das emendas
coletivas, já que eu sou coordenador da bancada (federal potiguar). Aí
ao final, quando eu fui sair, ele perguntou: você já está indo embora?
Eu disse: já, estou indo ali romper com o Governo.
Qual será o caminho do PR a partir de agora, na fase pós-saída da gestão estadual?
Vamos continuar ajudando o Estado. Mas nós queremos comunicar, aliás,
foi uma unanimidade (na legenda) de que não temos mais uma relação
política formal com o Governo.
Com isso a legenda ingressa na base de oposição com o PMDB ou vai
para oposição do bloco de PSB, de Wilma de Faria, e PSD, de Robinson
Faria?
O PR é o PR, precisamos combinar essas coisas. Eu acho que não tinha
condição de continuar na base do Governo. Aliás, eu acho não, todos
assistiram a votação.
Seu nome hoje está disponível para a candidatura ao Governo?
Deus me livre.
O senhor pretende ser candidato a vice-governador?
Eu sou uma pessoa de grupo. Eu sou uma pessoa de grupo. Converso com o
PMDB, converso com Ricardo Motta, converso com José Agripino.
Independendo do grupo, eu sou de grupo. Não sei definir as coisas
sozinho. Inclusive porque se eu definisse sozinho eu não teria essa
reunião com mais de mil pessoas (que o PR fez para definira saída do
Governo).
Mas o senhor postula uma majoritária?
Eu sou de grupo. Se o grupo reunir e discutir o que é melhor então
vamos. Agora tem que sentar e discutir e acertar. O partido (o PR) é
muito forte e está cobrando muito da gente uma posição.
Em recente entrevista o senhor chegou a dizer que se havia uma aliança definida para 2014 era PMDB com o PR, isso permanece?
Permanece. Essa é uma aliança sólida. Posso lhe dizer com toda
franqueza e isso eu também já disse para o deputado federal Henrique
Eduardo Alves e para o ministro Garibaldi Filho, é que o PMDB está meio
travando a política do Rio Grande do Norte. Como ele (o PMDB ) não
define (o candidato) fica todo mundo meio que esperando a posição do
PMDB. Essas manifestações que você viu (que lançaram João Maia candidato
a governador, no encontro do PR ocorrido na última sexta-feira) vem
muito em função da indefinição. Se tivesse um candidato do PMDB a gente
estaria discutindo um apoio.
O PR rompe com o governo Rosalba. Mas qual o posicionamento do PR
em relação ao Democratas. O PMDB, por exemplo, não coloca obstáculo para
fazer coligação com o DEM, mas não com a governadora.
Eu não tenho nada contra os Democratas. Eu nunca tive (nada contra o
DEM), muito embora na última eleição eu tivesse feito campanha para
Iberê (o ex-governador Iberê Ferreira, que foi candidato a reeleição).
Na última campanha não votei na governadora Rosalba. Mas eu não tenho
nada contra. Acho que a gente tinha um grupo, como eu lhe falei, que era
Henrique (deputado federal Henrique Eduardo Alves), Garibaldi (o
ministro da Previdência Garibaldi Filho), Ricardo Motta (presidente da
Assembleia Legislativa), Agripino (senador José Agripino Maia) e eu. Se a
gente puder sentar e discutir o futuro de 2014, eu prefiro. Se não, vou
discutir eu e o PMDB. Porque eu e o PMDB, a gente tem uma relação
política que vem da eleição passada. Mas acho que o PMDB está tendo
dificuldade em definir o candidato deles. Ele (o PMDB) julga que tem
força e tem, na minha opinião, de ter a cabeça de chapa, mas a gente tem
que ter o projeto para o Rio Grande do Norte e saber quem é essa cabeça
de chapa.
Qual o critério que o PR adotará para fazer coligação no Rio
Grande do Norte? Coliga-se apenas com os partidos que integram a base da
presidente Dilma Rousseff?
Essa questão é local.
O PMDB diz que vai lançar candidato próprio ao Governo. Como o senhor avalia essa postulação?
Eu acho que pela força que o PMDB tem, o candidato natural teria que vir deles na oposição.
Como o PR sai do encontro agora rachado com o Governo?
Grande e unido e vibrante. A força do PR vai representar que teremos
um papel fundamental em qualquer que seja a decisão política do Rio
Grande do Norte.
O empresário Marcelo Alecrim, no recente encontro do PR, assumiu também o palanque de enaltecer o nome do senhor.
Eu fiquei muito comovido. Marcelo é super ocupado, para ele sair das
atividades dele, vir fazer essa manifestação pública, gravada como foi, é
muito raro. Fiquei muito emocionado.
Qual a meta do PR para deputado estadual e federal em 2014?
… (o deputado sorri, mas não responde à pergunta).
Tribuna do Norte
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