As relações entre os dois maiores
partidos do bloco de apoio a Dilma Rousseff voltarão a azedar nos
próximos dias. Sob a voz de comando do seu presidente, Rui Falcão, o PT
decidiu pegar em lanças para melar um plano do presidente da Câmara,
Henrique Eduardo Alves, do PMDB, .
Em combinação com líderes de partidos
governistas e oposicionistas, Henrique decidiu pautar para a primeira
quinzena de maio, provavelmente no dia 13, a votação da proposta de
emenda à Constituição da reforma política. Em articulação comandada por
Falcão, a bancada petista da Câmara tentará impedir.
O petismo enrolou-se em duas bandeiras
que lhes são caras: o financiamento publico de campanha e a realização
de um plebiscito sobre a matéria. A proposta que Henrique quer votar
institui um modelo híbrido de custeio das campanhas, com verbas públicas
e privadas. Em vez de plebiscito, prevê a convocação de um referendo.
O plebiscito e o referendo são
mecanismos de democracia direta. Permitem convocar os eleitores para se
pronunciar sobre temas específicos. A diferença entre um e outro é que,
no caso do plebiscito, o povo é chamado a opinar antes da deliberação do
Legislativo. Já o referendo é convocado depois da votação de
determinada proposta, cabendo à sociedade ratificá-la ou não.
As posições do PT são minoritárias na
Câmara. Mas o partido controla 88 votos no plenário. É a maior bancada
da Casa. Valendo-se de manobras regimentais, pode impedir ou, no mínimo,
protelar a votação da reforma pretendida por Henrique Alves. Por
ironia, a proposta que a legenda deseja enterrar foi elaborada por um
grupo coordenado pelo petista Cândido Vaccarezza (SP).
Numa demonstração de que pretende levar
às últimas consequências a conspiração contra os planos de Henrique
Alves, o PT aprovou em sua Executiva Nacional o “fechamento de questão”.
Trata-se de dispositivo previsto nos estatutos da legenda. Obriga os
filiados a seguirem as deliberações partidárias. Quer dizer: o próprio
Vaccarezza terá de votar contra a proposta que ajudou a colocar em pé.
Sob pena de expulsão.
Em viagem oficial à China, Henrique
Alves retorna ao Brasil neste final de semana. Candidato ao governo do
seu Estado, o Rio Grando do Norte, ele deseja fazer da reforma política
uma espécie de grand finale do seu mandato parlamentar. Será informado de que o PT decidiu ser o seu estorvo.
Fonte:Blog do Josias de Souza
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