Os
quase 25 mil candidatos que disputam um mandato este ano esperam
arrecadar e gastar, juntos, até R$ 71 bilhões, de acordo com
levantamento feito pela Revista Congresso em Foco no banco de dados do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Um terço a mais do que previram os 22
mil concorrentes no começo da campanha de 2010. Dinheiro suficiente
para bancar quase três Copas do Mundo, considerando-se os valores
divulgados em balanço pelo governo federal em maio. Ou para cobrir todas
as despesas com salário e mandato dos 594 deputados e senadores,
inclusive assessores de confiança, por sete décadas. Ou, ainda, custear
por seis anos as 14 milhões de famílias (50 milhões de pessoas) que
sobrevivem com recursos do programa Bolsa Família.
De 2002 a 2010, as despesas declaradas por candidatos e partidos
durante as eleições para cargos federais cresceram cinco vezes, muito
acima da inflação de 76% registrada no período. Desde as denúncias que
derrubaram o então presidente Fernando Collor, em 1992, o atual sistema
de financiamento eleitoral dividiu o noticiário político com o policial
em diversas oportunidades. Foi pano de fundo de todos os mensalões, do
PT, do DEM e do PSDB. Passou a ser visto como uma janela para a
corrupção por autoridades policiais, do Ministério Público e da Justiça.
E como uma porta para a distorção na representação dos políticos, na
avaliação de cientistas políticos e representantes de entidades
engajadas na luta pela melhoria da política no país.
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