O
senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), que tem sido um dos principais
porta-vozes do golpe contra a presidente Dilma Rousseff, pode se tornar
réu no Supremo Tribunal Federal. Isso porque ele foi um dos alvos da
Operação Concord, da Polícia Federal, que apurou esquemas de desvios de
recursos e lavagem de dinheiro na campanha eleitoral de 2006.
A operação se tornou lendária em João Pessoa (PB), porque
literalmente choveu dinheiro na capital paraibana. Para não ser pego em
flagrante pela PF, um operador da política local, Olavo Lira, conhecido
como Olavinho, teria jogado R$ 400 mil do alto do edifício Concord.
O processo caiu nas mãos da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal
Federal, que, no dia 3 de dezembro de 2012, pediu providências ao juiz
Sergio Moro, o mesmo que hoje conduz a Lava Jato – Moro era o juiz
instrutor do caso. “Atribuo ao Juiz Federal Sergio Fernando Moro,
magistrado instrutor, os poderes previstos no referido dispositivo, para
doravante praticar os atos ali previstos e ordinatórios quanto ao
trâmite deste inquérito”, disse Rosa Weber
ZÉ DIRCEU MAGOADO COM DILMA E LULA
Vem aí um livro bomba, escrito por quem o PT menos esperava: o
ex-ministro José Dirceu. Condenado no Mensalão, cumprindo hoje pena
domiciliar, mas de novo na mira da Justiça e com risco de ser preso no
escândalo do Petrolão, Dirceu escreve sua autobiografia.
A amigos que o visitaram em sua casa nos últimos dias, em Brasília,
Dirceu desabafou estar ‘muito magoado’ com a presidente Dilma e o
ex-presidente Lula. ‘Eles me deixaram sozinho, me abandonaram’, comentou
para um deles, amigo de longa data. Segundo a coluna Esplanada, Dirceu
confidenciou que levanta material para sua biografia com histórias sobre
a sua recente prisão – uma injustiça, na sua visão – e a ‘equivocada’
condenação pelo STF.
POLÍTICOS CULPAM DILMA POR SUFOCO QUE ESTÃO PASSANDO
Tamanho foi o medo que se abateu sobre boa parte dos políticos
acordados em Brasília com a notícia de que a Polícia Federal madrugara à
porta de casas e apartamentos de notáveis da República, que vários
deles, por precaução, pegaram os primeiros voos com destino aos seus
Estados.
Pelo menos um ex-senador, cujas digitais foram identificadas em
dinheiro sujo da Operação Lava Jato, achou melhor decolar para um lugar
mais distante – Miami, aonde pretende permanecer durante as próximas
semanas à espera que a temperatura política esfrie por aqui. Se não der
para esfriar, que baixe pelo menos.
Mesmo os que se julgam inocente e dizem nada temer ficaram
assustados. “Eu sei o que fiz ou deixei de fazer, mas desconheço o que
outros possam ter feito por mim”, justificou-se um deputado federal
nordestino solidário com os colegas constrangidos com a ação dos agentes
federais. E também ele muito nervoso.
Quem depende de doações de dinheiro para se eleger está com medo.
Isso quer dizer: todo mundo. Da presidente da República para baixo. E
nessas horas afloram os sentimentos mais primitivos. Um deles: o do
corporativismo. Ontem, no grande palco do poder que é Brasília, os
poderosos confundiam imunidade com impunidade.
Quem tem mandato não responde na Justiça pelo que disser no exercício
dele. Quem tem direito a fórum privilegiado não pode ser alvo da
Justiça comum. Mas nenhum dos incomodados pela Polícia Federal o foi
pelo que disse ou deixou de dizer. E foi o Supremo Tribunal Federal que
autorizou a polícia a fazer o que fez.
A queixa que está na boca de nove entre 10 cabeças coroadas da
República passa pela ação – ou inação – de Dilma. Ela é culpada pelo que
acontece porque já não comanda o governo nem o Estado. Ou Dilma é
culpada porque nada faz para impedir que a polícia e o Ministério
Público tirem a paz dos seus aliados.
Em resumo: espera-se de Dilma o que ela não tem mais forças para oferecer. Ou o que ela simplesmente não quer oferecer.
Por Ricardo Noblat
PLANALTO AGUARDA DENÚNCIA CONTRA CUNHA , QUE PROMETE RETALIAÇÃO
Para enfraquecer Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que tem imposto derrotas ao
Planalto e terá o controle da Câmara dos Deputados em caso de processo
de impeachment contra Dilma Rousseff, o governo conta com uma denúncia
contra o peemedebista na Operação Lava Jato, o que pode ocorrer nos
próximos dias.
Segundo a Folha, a novidade seria um depoimento do executivo Júlio
Camargo, que fez acordo de delação premiada com o Ministério Público
Federal. O próprio Cunha já confidenciou a aliados que espera ser
denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e promete
retaliar o Planalto.FONTE:ROBSON PIRES
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