quinta-feira, 1 de agosto de 2013

ALIADOS DIZEM QUE EMENDAS NÃO RESOLVEM


                            
A promessa de liberação de R$ 6 bilhões em emendas parlamentares até o final do ano não será suficiente para evitar derrotas do governo no Congresso. A avaliação é de líderes da base aliada. O sentimento da maioria, entendem eles, é que a disposição do Planalto de atender aos seus pleitos pode ter efeito contrário no debate do chamado orçamento impositivo – a proposta que pretende tomar obrigatória, na Constituição, a liberação de emendas que o Legislativo apresenta ao Orçamento.
A possível derrubada de vetos e o embate sobre a destinação de royalties do petróleo para a educação são outros temas que preocupam o Planalto, a ponto de líderes governistas defenderem o adiamento de votações previstas para a próxima semana.
O líder do PDT, André Figueiredo (CE), é um dos que preveem a derrota do governo no caso do orçamento. “Mão tenho duvida que este anúncio agora vai se refletir num apoio maior para não se permitir mais essa utilização de emendas para tentar condicionar as decisões dos parlamentares”7, O líder do PR, Anthony Garotinho (RJ), estima que “no mínimo 400″ dos 513 deputados votarão a favor.
Entraves. O orçamento impositivo, um dos desafios do governo no Congresso, é bandeira pessoal do presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN). A obrigatoriedade na liberação de emendas acabaria com a barganha. O governo reage, alegando que perderia espaço na gestão do Orçamento. Pesam ainda, na atitude do governo, as denúncias recorrentes de fraudes e direcionamentos questionáveis das emendas.
O governo continua trabalhando para convencer os parlamentares a votar a seu favor. Pelo segundo dia consecutivo a presidente Dilma Rousseff reuniu ontem ministros, no Palácio da Alvorada, para definir a liberação de recursos para as emendas. O foco do encontro de ontem foram os cortes no Orçamento. A presidente está empenhada em fazer um pente fino nos projetos de cada ministério, preservando ao máximo a área social.
Incertezas – Do lado dos parlamentares paira ainda a desconfiança em relação à efetiva liberação dos recursos pelo governo. A promessa é de empenhar R$ 2 bilhões em agosto, mas o mesmo montante foi anunciado em junho e até agora somente R$ 14 milhões foram efetivamente liberados, de acordo com dados do Siafi. “Conversei com alguns deputados e todos ainda estão céticos se esse anúncio de agora realmente vai se concretizar”, diz Garotinho. Outro ponto levantado é que ainda há muitas fases até a liberação efetiva do dinheiro e que pouco do que for liberado será realmente realizado até as eleições de 2014.
Além da falta de credibilidade em relação às emendas, a forma como o governo tem feito sua articulação política é outro ingrediente que deve levar a novas derrotas. O líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), classifica a articulação como “deficitária” e afirma que só uma mudança nesta área pode promover evoluções concretas na relação. Até mesmo o petista Cândido Vaccarezza (PT-SP) fez ataques à área: “Nunca vi resolver problema de articulação política por liberação de emendas”,
A principal reclamação é que falta diálogo com a base sobre os temas. No caso dos royalties do petróleo, por exemplo, a Câmara aprovou a proposta de André Figueiredo tendo apoio do PT para destinar metade do principal do fundo social a educação e saúde. No Senado, o governo atuou para mudar o texto e agora os deputados terão o ônus de decidir por mais ou menos dinheiro para as áreas. FONTE:G1

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