POR CONGRESSO EM FOCO
Reportagem da revista Época deste fim de semana revela que o
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), está na mira do
Ministério Público por transação imobiliária suspeita em Maceió. Segundo
a publicação, um negócio conduzido por Renan em parceria com o
ex-senador Wilson Santiago, também peemedebista e atualmente diretor de
relações institucionais do Grupo Banco do Brasil/Mapfre, despertou a
atenção da Receita Federal.
Diante das suspeitas de irregularidade, auditores da Receita
alertaram a Procuradoria-Geral da República (PGR), que as repassou aos
procuradores que investigam Renan na Operação Lava Jato.
Segundo a revista, os indícios de ilícito surgiram da compra e venda de
quatro apartamentos de um prédio, por Renan, na capital alagoana. A
investigação quer saber como os imóveis “foram parar nas mãos de
Santiago, seu filho, o deputado federal Wilson Filho, e seus dois
irmãos”, destaca Época.
“O Residencial Pátio fica numa viela em uma área industrial de
Maceió, em Alagoas. Em seus pilares, a Receita Federal encontrou
indícios de que o presidente do Senado […] participou de uma operação
de lavagem de dinheiro”, registra a introdução da matéria assinada pela
repórter Alana Rizzo.
A Receita detectou indícios de irregularidade ao investigar a
transferência de uma empresa de Renan para sua mulher, Verônica. A
Tarumã Empreendimentos Imobiliários, criada depois das eleições de 2010,
ficou aberta por nove meses, e “aparentemente” não realizou qualquer
negócio. “No cruzamento que a Receita fez entre declarações do Imposto
de Renda e dados sobre suas atividades imobiliárias, os negócios
apareceram. Os procuradores querem saber de onde veio o dinheiro que
permitiu a compra dos imóveis em Maceió e se Renan realmente os comprou
antes de revendê-los para a família Santiago”, explica o texto.
Procurado para comentar o assunto, Renan disse à revista que não
falaria a transação, por se tratar de negócio particular. Já Wilson Dias
deu “quatro versões distintas” sobre a transação dos imóveis.
“Primeiro, disse que a empreiteira da família, a Terradrina
Construções, tinha comprado os imóveis. Depois, afirmou que tinha
adquirido o imóvel para veraneio em Maceió – mas o prédio fica a 15
quilômetros do litoral. Em seguida, garantiu que a operação tinha sido
um investimento. Por fim, o deputado disse que o negócio foi feito por
seu pai e que só tinha tomado conhecimento depois que fora agraciado com
o apartamento”, acrescenta a matéria.BLOG:O PRIMO
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