Está em estudo ainda fundir o
Ministério do Desenvolvimento Social com a futura pasta que vai reunir
Trabalho e Previdência Social, e que deve ficar com o PT.
A presidente já decidiu também criar o Ministério da Cidadania, fusão
de Igualdade Racial, Mulheres e Direitos Humanos. Lula sugeriu a Dilma
que, antes de anunciar esta decisão, chame os movimentos sociais para
explicar a medida e evitar descontentamentos. Na reunião com Lula e
ministros, Dilma disse que seu objetivo é garantir o corte de dez dos 39
ministérios.
DILMA NÃO VAI MAIS EXTINGUIR PASTA DO TURISMO PARA PRESTIGIAR TEMER
Para prestigiar Temer, o
governo estuda como manter na reforma administrativa um dos dois
principais aliados do peemedebista no governo federal: os ministros
Eliseu Padilha (Aviação Civil) e Henrique Eduardo Alves (Turismo).
Para garantir a permanência de um deles, o Planalto desistiu de
extinguir a pasta do Turismo e deve manter no posto o atual ministro.
Na conversa que teve com o vice-presidente, Dilma chegou a pensar na
hipótese de colocar Eliseu Padilha em Infraestrutura, mas a indicação
causou resistência na bancada do PMDB na Câmara dos Deputados.
Leonardo Picciani havia cobrado que o comando da pasta seja dado a um
deputado federal, já que o Senado Federal já conta com dois ministros
senadores que devem ser mantidos na reforma administrativa: Katia Abreu
(Agricultura) e Eduardo Braga (Minas e Energia).
O vice-presidente pediu ainda para que ela mantenha no governo
federal o ministro Helder Barbalho (Pesca), cuja pasta deve ser extinta
na nova configuração ministerial.
Numa tentativa de prestigiar também Renan Calheiros, a petista chamou
para o mesmo encontro o líder do PMDB no Senado Federal, Eunício
Oliveira (CE), aliado do presidente da Casa Legislativa. A petista
chegou a oferecer à bancada do PMDB no Senado Federal a pasta de
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, mas o grupo de Renan tem
reivindicado a Integração Nacional.
Além do PMDB, a presidente se reuniu também como o presidente
nacional do PDT, Carlos Lupi. No encontro, que não resultou em acordo,
ela ofereceu para o partido o comando ou de Esporte ou de Comunicações.
LULA DIZ QUE DILMA NÃO PODE DESAGRADAR NENHUMA DAS TRÊS ALAS DO PMDB
Em encontro nesta quarta no Palácio da Alvorada, com Dilma e
ministros petistas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva alertou a
presidente que ela não pode desagradar nenhuma das três principais alas
do PMDB –do vice-presidente Michel Temer e das bancadas da Câmara e do
Senado, lideradas por Eduardo Cunha (RJ) e Renan Calheiros (AL) –na
montagem da sua nova equipe.
Os três disseram a Dilma no início da semana que não indicariam nomes
para a nova composição ministerial, fazendo crescer os temores de que a
sigla poderia abandonar o governo de fato.
A presidente, então, procurou no dia seguinte os líderes das bancadas do partido na Câmara e no Senado.
Em reunião pela manhã com a presidente, o líder do PMDB na Câmara,
Leonardo Picciani (RJ), entregou o nome de sete deputados escolhidos
pela bancada para ocupar dois ministérios.
Para a Infraestrutura, resultado da fusão de Portos com Aeroportos,
foram sugeridos os nomes de José Priante (PA), Mauro Lopes (MG), Celso
Pansera (RJ) e Newton Cardoso Júnior (MG). Para Saúde, Saraiva Felipe
(MG) –já vetado por Dilma–, Marcelo Castro (PI) e Manoel Júnior (PB).
O nome que conta com maior simpatia da petista para a Saúde, segundo
auxiliares e assessores, é o de Manoel Júnior (PB), médico de formação e
aliado de Eduardo Cunha. Em uma entrevista, contudo, ele sugeriu que a
presidente renunciasse, o que deve pesar contra sua escolha.
DILMA PROMETE CINCO PASTAS AO O PMDB PARA REAGIR CRISE
Em uma tentativa de estancar a
atual crise política, a presidente Dilma Rousseff prometeu entregar
cinco ministérios ao PMDB, entre eles o da Saúde, para garantir o apoio
da sigla a seu governo e evitar que dissidentes apoiem a abertura de um
processo de impeachment na Câmara dos Deputados.
O Palácio do Planalto também precisa do partido, que tem 67
deputados, para garantir a aprovação dos projetos do pacote fiscal e
evitar a votação de propostas que gerem impacto financeiro.
Dilma havia prometido anunciar a nova configuração da Esplanada dos
Ministérios nesta quarta-feira (23). Mas a dificuldade em contemplar
todos os aliados pode levar a petista a adiar para a semana que vem a
definição de sua equipe.
O atraso tende a ampliar a instabilidade dos mercados financeiros,
que têm expressado desconfiança sobre a capacidade da presidente de
reagir à crise. Até agora, por exemplo, o governo ainda não enviou ao
Congresso todos os projetos de corte de despesa e aumento de receita
prometidos pela petista.FONTE:MARCOS DANTAS
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