O Blog saiu na frente quando informou, a partir de declaração do advogado-doutor constitucionalista, Erick Pereira, que o presidente da Câmara, deputado Henrique Alves, “irá cumprir todas as decisões judiciais no trâmite regimental da Câmara”.
A nota foi publicada ontem, às 10h40 da manhã.
Hoje, agora no final da tarde, depois que Henrique visitou o
presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, foi que a imprensa nacional
começou a falar nesse tom…
Eis reportagem da Folha Online, que acompanhou a visita no STF, com o tom de Henrique que o Blog já havia publicado…
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‘Não há hipótese de não cumprir decisão do STF’, diz Henrique Alves
MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA
DE BRASÍLIA
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), baixou o
tom do discurso e disse nesta quarta-feira (6) que não existe
possibilidade da Casa “confrontar o mérito” da decisão do STF (Supremo
Tribunal Federal) que determinou a perda do mandato dos quatro deputados
condenados no julgamento do mensalão.
Após encontro com o presidente do tribunal, Joaquim Barbosa, Henrique
Alves disse que a Câmara vai “finalizar o processo”, com um “processo
rápido”, cumprindo formalidades previstas no Regimento da Câmara, como
saber se o direito de defesa foi cumprido.
“Não há hipótese de não cumprir a decisão do Supremo”, disse o
peemedebista. “Nós só vamos fazer aquilo que o nosso regimento determina
que façamos: finalizar o processo. Coisas de formalidade legal e ponto.
Não há nenhuma possibilidade de confrontarmos com o mérito, questionar a
decisão do Supremo”, completou.
O presidente da Câmara disse que o tema não foi tratado com Barbosa.
Desde a campanha para o comando da Casa, Henrique Alves defendia que a
palavra final era da Câmara sobre a perda do mandato dos deputados João
Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP), Pedro Henry (PP-MT) e
José Genoino (PT-SP).
Em entrevista à Folha em janeiro, ele chegou a dizer
que não abria mão de decidir a questão. Outros quatro integrantes da
nova Mesa Diretora seguiram entendimento de Alves, sustentando que cabe à
Câmara tratar do tema.
“Não [abro mão de decidir], nem o Judiciário vai querer que isso
aconteça”, disse à época. Ontem reforçou: “Essa é a lógica da Câmara,
não é? Vai ser finalizado aqui”, disse o novo presidente da Câmara à
época.
A medida inicialmente defendida por Alves contrariava o que os
ministros do Supremo estabeleceram no julgamento. O entendimento foi que
a Corte determinou a perda automática do mandato, cabendo à Câmara
apenas formalizar a decisão determinando a vacância do cargo.
O deputado afirmou que não há a menor possibilidade de crise
institucional entre os poderes. “Não há a menor possibilidade, é risco
mínimo, de qualquer confronto do Legislativo com o Judiciário. Quem
pensar diferente, é como diz o dito popular, pode tirar o cavalinho da
chuva. Não há a menor possibilidade. É imenso o respeito do Legislativo
com o judiciário e vice-versa. Cada um sabe sua responsabilidade, é
definido na Constituição”, disse.
Ele disse que a Câmara “vai surpreender aqueles que pensam diferente, mas que vai mostrar o respeito entre os poderes”.
“Não há a menor possibilidade, volto a dizer, de nenhum arranhão,
nenhum conflito, nenhuma indisposição do Legislativo, e eu o faço como
seu presidente, com o Judiciário”, reforçou.
IMPASSE
A decisão do Supremo de determinar a perda do mandatos dos deputados
condenados no mensalão provocou discussão pública entre os ministros do
STF e parlamentares. Após o fim do julgamento, em dezembro, o então
presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), não descartou a possibilidade
de oferecer abrigo no prédio da Casa aos parlamentares condenados.
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