E para os estados que não estão conseguindo nem pagar a
folha em dia, e Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul lideram a lista
negra, eis que o governo federal vai apertar ainda mais.
Vem aí um corte de 30 bilhões, o que significará, certamente, menos repasses e mais crise.
Da Folha de hoje:
Governo deve cortar até R$ 30 bi em gastos e criar banda para superavit
VALDO CRUZ
EDUARDO CUCOLO
De Brasília
O governo avalia que terá dificuldades para cumprir a meta de superavit
primário de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano e deve
anunciar nesta sexta-feira (12) um corte efetivo de gastos entre R$ 25
bilhões e R$ 30 bilhões.
Existem ainda recursos que serão poupados porque alguns gastos não vão acontecer neste ano, como pagamento de precatórios.
Além disso, o governo vai enviar até abril ao Congresso um projeto
criando uma meta para os gastos públicos e uma margem de flutuação para o
superavit primário.
Se aprovado, o projeto permitirá que a meta fiscal seja descumprida sem gerar problemas jurídicos para o governo.
Segundo a Folha apurou, a equipe econômica está sendo obrigada a reduzir
sua previsão de receita em 2016 por causa da mudança nas projeções
sobre o ritmo da economia brasileira, que deverá registrar uma retração
maior do que a esperada.
Economistas consultados pelo Banco Central na pesquisa semanal Focus falam em contração de 3,21% do PIB em 2016.
Inicialmente, a equipe econômica trabalhava com um corte de despesas na
faixa de R$ 50 bilhões. A projeção considerava que a volta da CPMF –com a
qual o governo espera arrecadar R$ 10 bilhões neste ano– não seria
aprovada no Congresso.
No entanto, o governo não quer passar a mensagem de que jogou a toalha antes da hora sobre a volta do tributo.
Com ou sem CPMF, o governo sabe que será praticamente impossível cumprir
a meta de superavit aprovada no Congresso. Com a atividade econômica em
marcha ré, ficará mais difícil fazer o ajuste fiscal de R$ 24 bilhões
para o governo federal.
De Estados e municípios, a meta esperada é de economia de R$ 6,5
bilhões. Por esse motivo, vai enviar a proposta que cria a banda de
flutuação do superavit primário.
MERCADO
Entre analistas de mercado, a expectativa é que o governo não conseguirá
cumprir sua meta fiscal neste e nem no próximo ano. Ou seja, o Brasil
ficará quatro anos seguidos sem economizar recursos para reduzir sua
dívida, conforme previsão dos economistas ouvidos pelo Banco Central.
Na semana passada, o Itaú-Unibanco publicou suas novas projeções para a
economia brasileira. Os economistas do banco projetam deficit primário
de 1,5% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano e de 2% em 2017. Para o
banco, o setor público só conseguirá voltar a fazer superavits a partir
de 2019.
A contração do PIB também será maior, de acordo com o Itaú. A previsão de queda foi de 2,8% para 4% neste ano.FONTE: THAÍSA GALVÃO
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