A presidente Dilma Rousseff afirmou neste sábado (13), no Rio, que o
ex-presidente Lula é vítima de uma “grande injustiça”. Ela saiu em
defesa do aliado um dia depois de se reunir com ele em São
Paulo. Segundo petistas, os dois discutiram as investigações sobre o
tríplex no Guarujá e o sítio usado pela família de Lula em Atibaia, no
interior paulista. “Converso sistematicamente com o presidente Lula.
Acho que ele está sendo objeto de grande injustiça”, disse a presidente,
em entrevista após participar de ação de combate ao vírus zika em
favela na zona oeste do Rio.
“Respeito muito a história do presidente Lula e tenho certeza de que
esse será um processo que será superado porque acredito que o país, a
América Latina e o mundo precisam de uma liderança com as
características do presidente Lula”, acrescentou. Dilma fez as
declarações ao lado do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, e do
prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes. Os dois integram a ala do
PMDB que apoia o governo federal e se opõe ao impeachment da presidente.
No encontro desta sexta-feira (12), a presidente concordou em fazer
uma defesa pública de seu antecessor, mantendo o tom solidário adotado
por ela desde o início das revelações sobre as suspeitas contra o
petista. Ela, no entanto, não pretende encampar nenhuma “ação prática”
ou “declaração enfática”. A ideia é criticar os vazamentos seletivos e a
condução das investigações, mas ressaltando que ninguém está acima da
lei.
O receio é de que, ao fazer um forte desagravo público ao petista, a
presidente leve para dentro do Palácio do Planalto a crise enfrentada
por seu antecessor e seja criticada por assumir um discurso partidário
em um cargo institucional. A avaliação de ministros e auxiliares dela é
de que as acusações contra Lula podem agravar a atual crise política e
impactar inclusive o índice de aprovação da presidente, que chegou a 12%
segundo a última pesquisa Datafolha.MARCOS DANTAS
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