Deputado José Dias responde ao tio de Henrique Alves, que projetou vitória peemedebista no primeiro turno
Extraído do Portal JH
Ao analisar as declarações do deputado
estadual Agnelo Alves (PDT), que ontem declarou que o candidato do PMDB a
governador, Henrique Alves, derrotará todos os seus adversários nesta
eleição já no primeiro turno, obtendo 50% mais um do total de votos
válidos já no dia 5 de outubro, o deputado estadual José Dias (PSD),
correligionário do principal adversário de Henrique até agora, o
vice-governador Robinson Faria (PSD), afirmou que Agnelo, em sua
exposição, não apresentou um argumento sequer que justificasse a
candidatura de Henrique, a que Dias classificou como sendo a
“candidatura do acordão”. Citando que Agnelo lembrou que a vitória de
Henrique, no primeiro turno, estaria calcada na estrutura de sua
campanha, que seria maior que a de Robinson, Dias disse que o irmão do
ex-ministro Aluízio Alves sabe que, “se estrutura valesse, Henrique
teria vencido Aldo Tinoco em 1992 e o PMDB teria esmagado Carlos Eduardo
em 2012″.
“Agnelo é, indiscutivelmente, o
testemunho de maior experiência e valor da política do RN. Ele aqui
participou como colaborador de Aluizio no início da sua luta e foi
também protagonista, candidato eleito a cargos dos mais importantes.
Agnelo tem, além disso, na sua bagagem, a experiência de quem viveu in
loco, presenciou os importantes acontecimentos da República, desde o Rio
de Janeiro, capital da República. Com toda essa experiência e
inteligência, reconhecida por todos nós, Agnelo não conseguiu, na
entrevista que deu a vocês, nenhum argumento positivo para defender a
candidatura do acordão”, afirmou José Dias, em contato com O Jornal de
Hoje. Segundo José Dias, Agnelo diz que Henrique ganha no primeiro turno
porque tem estrutura. Para o aliado de Robinson, “só o reconhecimento
de que o candidato ganha porque tem estrutura, é, por exclusão lógica, o
reconhecimento de que o candidato não tem razões positivas para ganhar a
eleição”, avaliou.
“Em relação à estrutura, Agnelo conhece a
história do RN mais até do que eu. Ou igual a mim. E ele sabe que se
estrutura fosse realmente uma força política invencível, Aluízio Alves
não teria alcançado a vitória de 60 e não teria feito a revolução
política e administrativa que fez. Agnelo sabe que, se estrutura
valesse, Henrique não teria perdido para Aldo Tinoco, que é engenheiro
competente, mas era um político neófito, e, vamos até mais, sem uma
verdadeira vocação política. É tanto que ele hoje é um vitorioso
engenheiro sanitário, mas não tem militância política. Agnelo sabe que
se estrutura valesse, há dois anos, o PMDB teria esmagado Carlos
Eduardo, e Carlos Eduardo ganhou a eleição. Agnelo sabe de inúmeros
outros exemplos que agente aqui não precisa rememorar”, acrescentou José
Dias.
MUDANÇAS
Além de criticar o excesso de otimismo e
a falta de argumentos do cunhado – José Dias é casado com Dona Diúda,
irmã de Agnelo – o adversário de Henrique e aliado de Robinson atacou
também o discurso do palanque do acordão. “Agnelo fala que a candidatura
do candidato que ele apoia é uma candidatura de mudanças. Eu não posso
achar que é candidato de mudança, quem coloca no palanque todos os
ex-governadores vivos do RN, todos os senadores vivos do RN, todos os
filhos de ex-governadores, mesmos os que já faleceram. Agnelo sabe, até
mais que a gente, porque ele é inteligente, que as forças que levaram o
RN ao atraso não vão admitir qualquer tipo de mudança. Ele sabe mais:
que Henrique participou de forma contundente de quase todas as
administrações do RN, com influência decisiva, com participação
substancial. E ele sabe que o melhor exemplo de político que representa
essa tradição de domínio que existe no RN, até pela longevidade dos
mandatos, onze, chama-se o presidente da Câmara Federal, o deputado
Henrique Eduardo Alves”.
“Não haverá agressão, mas também não haverá vassalagem”
Sobre acirramento e radicalismo, tópicos
sobre os quais Agnelo, em sua entrevista, disse que iria evitar, que
estaria superado, José Dias afirmou que não haverá agressões, mas não
também não haverá vassalagem. “Nós não seremos radicais contra ninguém.
Nós seremos autênticos na abordagem dos problemas políticos. Agora, eles
podem tirar o cavalinho da chuva: nós não aceitaremos a paz romana que
Henrique quer impor a todos nós. Nós não somos vassalos deles. Não
haverá agressão, mas também não haverá vassalagem”, avisou o deputado do
PSD.
Na visão do pessedista, na sua
abordagem, “Agnelo mostra preocupação com o problema do radicalismo”.
Dias diz entender a questão “não como medo, porque Agnelo é um homem
muito corajoso. Mas, como defesa prévia, até porque Agnelo sabe que não
existe mais lugar, é impossível se imaginar, violências físicas
em campanhas, nos dias de hoje”.
Para José Dias, “Agnelo sabe muito bem
que não haverá explicação, não haverá qualquer insinuação pessoal de
qualquer lado. Porque não é possível haver invasão da vida privada dos
candidatos. Até porque isso não é radicalismo, mas baixaria. E quem
fizer esse tipo de baixaria, tenho certeza que será condenado pelo
povo”.
Ele mesmo, entretanto, continua: “Agora,
Agnelo sabe que, o candidato que ele apoia, politicamente, tem muitas
fragilidades. Ele espera que nós não relembremos na memória do povo as
fragilidades, as contradições e os exageros do nosso adversário? Ora,
política se faz com apresentação de propostas, com a luta para a
conquista de confiança, mas se faz também com a revelação do adversário.
Então, se esperam que nós não revelemos politicamente, com o respeito
devido que as pessoas merecem, está profundamente enganado”, afirmou.
Ainda conforme Dias, a proposta dos
adversários de Robinson são de uma “paz pública vantajosa” ou na “famosa
paz romana que é a dominação deles sobre os outros”. Ele diz: “O que
eles estão querendo e propondo, é a única coisa que Henrique acredita.
Aliás, em duas: em paz pública vantajosa, e a famosa paz romana que é a
dominação dele sobre os outros”.
COMPARAÇÃO
Ao comparar Henrique e Robinson, José
Dias aponta dois episódios. “Robinson assumiu ogoverno do estado por uns
dias, quando a governadora foi para os Estados Unidos. Qual foi a sua
atitude? Foi visitar hospitais, presídios, se juntar com juiz da
execução penal para ver a situação dos presídios, foi tentar botar a
polícia na rua e pagou um preço. Quando a governadora voltou, Carlos
Augusto proibiu Robinson de voltar à secretaria de Recursos Hídricos.
Porque Carlos sentiu como se fosse uma estocada, a ação que Robinson
fez. Sem gastos para o estado, sem nomear nem demitir ninguém, Robinson
deu um alento às pessoas que estavam envolvidas nesse processo. Isso
gerou na realidade uma ciumeira, mas tudo isso foi comunicado a eles
previamente. Agora, eles pensavam que não haveria repercussão e houve.
Já quando Henrique assumiu presidência da Republica, e passou a ser o
homem mais importante no país”, continuou José Dias, “o que nós vimos
nos jornais? As festas e recepções que ele promoveu. A diferença está
isso aí. Robinson assume o poder, vai para cima do problema. Henrique
assume o poder e vai mostrar a importância. Eu não sei se se governa com
importância. Na minha visão, até admito que simpatia governa, mas só
governa se tiver dedicação, trabalho, humildade, gestão e apoio, apoio
do povo e da máquina administrativa”.
“Como ser mudança com farto material do passado?”
Além disso, José Dias abordou o discurso
de mudança, que Agnelo afirmou em sua entrevista. E questiona: “Como se
pode imaginar que se faça mudança, com material que é o material do
passado?”, indagou Dias, se referindo ao fato de que Henrique está ao
lado dos ex-governadores e ex-senadores vivos, dos seus filhos e
agregados. “Aqui não estou fazendo julgamento do valor das pessoas, seja
valor moral, seja valor intelectual, seja ideológico. Eu estou apenas
constatando que existe uma realidade, e essa realidade foi construída
pelas mãos dessas pessoas”, destacou.
Outra questão proposta por Dias, em
relação às palavras de Agnelo, é: “Como vai ser administrado o palanque
de Henrique? A grande expectativa do povo, a grande aspiração do povo, é
por participação e transparência. Diga-me uma coisa: Como é que um
candidato que tem no seu palanque como uma das figuras de proa o
coordenador da candidatura do senador Aécio Neves? (José Agripino)? Como
é que um candidato tem como companheira de chapa majoritária, uma
pessoa do PSB, que apoia o candidato Eduardo Campos? (Wilma de Faria).
Sem contar com os demais candidatos, que têm apoiadores no mesmo
palanque de Henrique. Como é que diz que vai apoiar a candidatura de
Dona Dilma?”.
Segundo José Dias, “a pergunta que o
povo faz: o programa de Robinson é baseado nos interesses, na realidade
do RN. Mas ele está lá conectado ao programa da presidente Dilma. O
programa de Henrique está conectado com o programa da presidente Dilma,
de Aécio, de Eduardo Campos, Pastor Everaldo, presidente Eymael?”. Ainda
conforme Dias: “As pessoas que estão lá estão porque Henrique está
apoiando o projeto dos candidatos delas, ou por que Henrique está
apoiando o programa de Dona Dilma?”, propõe ainda.
“No nosso caso (Robinson), temos um
programa unitário. Nós temos a nossa realidade. Temos os nossos
problemas, mas temos uma consonância, com o programa do governo federal,
que nós apoiamos um único. Não acredito que essa salada política seja
mudança. Porque o povo brasileiro está querendo, e está querendo com
muita força, é autenticidade de partidos e coligações. Como se muda
exacerbando a composição da salada? Porque a salada que estão
conseguindo fazer aqui, tem temperos que não existem em outros lugares”,
finalizou.
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