Os brasileiros seguem desejando mudança, uma tendência captada nas
pesquisas recentes do Datafolha. Agora, 67% dizem desejar que o próximo
presidente adote ações diferentes da atual administração. Desta vez, o
Datafolha foi além no levantamento dos dias 19 e 20 e indagou aos
entrevistados qual dos pré-candidatos a presidente estaria mais
preparado para adotar as tais mudanças no jeito de governar o país.
Encabeça a lista o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apontado por
28% como o melhor agente para promover mudanças no Brasil. Em segundo
lugar está a atual ocupante do Palácio do Planalto, Dilma Rousseff, com
19%. Ou seja, os dois petistas somam 47% das preferências.
Em
seguida aparecem como aptos a operar mudanças no país Joaquim Barbosa
(14%), Marina Silva (11%), Aécio Neves (10%) e Eduardo Campos (5%). Essa
pergunta foi estimulada pelo Datafolha, mostrando os nomes dos
políticos. Os entrevistados só podiam escolher uma das opções
apresentadas. O resultado dessa sondagem corrobora a tese segundo a qual
os candidatos de oposição até o momento foram incapazes de incorporar o
papel de representantes das mudanças desejadas pelo eleitorado.
Embora
esse sentimento a favor de mudanças seja sempre alto, não se trata de
algo homogêneo. A taxa é de 60% em cidades pequenas (até 50 mil
habitantes) e sobe para 75% nas metrópoles (mais de 500 mil habitantes).
No Sudeste, 71% desejam ações diferentes do próximo governo. No
Nordeste, o percentual desce para 64%. No Centro-Oeste e no Norte, é de
58%. Entre os jovens de 16 a 24 anos, a taxa de mudancistas vai a 70%.
Na faixa dos que têm 60 anos ou mais, o percentual cai para 59%. Eduardo
Campos é o mais jovem pré-candidato a presidente, com 48 anos. Segundo o
Datafolha, entre os que declaram voto no candidato do PSB, 91% pedem
mudanças no próximo governo.
Datafolha revela que eleitores de Aécio Neves estão em sintonia com os de Eduardo Campos
O discurso oposicionista de Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos
(PSB) aproximou os eleitores de ambos. A última pesquisa Datafolha
aponta que 53% dos eleitores que dizem votar no governador de Pernambuco
optariam pelo senador mineiro em um eventual segundo turno contra Dilma
Rousseff. Em novembro, essa proporção era de 47%. A migração também
aumenta na mão oposta: 48% dos eleitores do tucano escolheriam o
pessebista contra Dilma. Antes, eram 41%. A informação é da colunista
Vera Magalhães.
Joaquim Barbosa e Marina poderiam forçar 2º turno
Ainda de acordo com a Folha de São Paulo, por enquanto, o único
fator que pode causar alguma disrupção para Dilma Rousseff no cenário da
eleição presidencial é a eventual entrada de Joaquim Barbosa e Marina
Silva na disputa --algo que hoje parece improvável. Nessa hipótese
testada pelo Datafolha na pesquisa dos dias 19 e 20, Dilma Rousseff (PT)
lidera com 40%.
No entanto, a soma dos adversários da presidente
chega a 43%, assim divididos: Marina Silva (PSB) pontua 17%; Joaquim
Barbosa (sem partido) tem 14% e Aécio Neves (PSDB) marca 12%. Como a
margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais, para mais
ou para menos, não é possível dizer que haveria segundo turno. Há uma
situação de empate técnico quase no limite estatístico da pesquisa.
Ainda assim, essa seria hoje a única situação em que a presidente Dilma
Rousseff ficaria mais apertada para vencer a disputa pelo Planalto.
Quando
sai Marina Silva e entra Eduardo Campos, a taxa de intenção de votos do
candidato do PSB é de 8%. Aécio fica com 14%. Joaquim pontua 16%.
Juntos, os três somam 38% contra 42% de Dilma Rousseff. A diferença de
quatro pontos percentuais é o limite máximo da margem de erro --uma
situação pouco provável de se materializar na prática.
O Datafolha
testou os nomes de Joaquim Barbosa e de Marina Silva porque ambos
sempre aparecem nas análises políticas de vários partidos. Mas eles têm
dado sinais de que não participarão da corrida presidencial de outubro
deste ano. Marina Silva pode não disputar nenhum cargo ou, opção mais
provável hoje, ser a candidata a vice-presidente na chapa encabeçada por
Eduardo Campos.
Joaquim Barbosa tem reiterado que não será
candidato a presidente da República neste ano. Deixa em aberto nas suas
declarações uma eventual disputa a outros cargos ""por exemplo, a vaga
ao Senado pelo Estado do Rio de Janeiro, onde o magistrado tem domicílio
eleitoral. Para estar apto a disputar um cargo, Barbosa precisa deixar o
STF até 5 de abril (seis meses antes da eleição) e se filiar a um
partido.
Dilma para de subir, mas seria reeleita no 1º turno
Da Folha de São Paulo - Quase nada se alterou de novembro até agora
na popularidade da presidente Dilma Rousseff e nas taxas de intenção de
voto que ela obtém para a corrida pelo Planalto. Ainda assim, a petista
continua numa posição confortável e venceria hoje a disputa no primeiro
turno, com mais da metade dos votos válidos. Esse é o resumo da
pesquisa Datafolha realizada nos dias 19 e 20 em 161 cidades de todo o
país. Foram entrevistadas 2.614 pessoas.
A margem de erro é de
dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Dilma Rousseff
desfrutava de uma ampla aprovação para seu governo até a metade do ano
passado. Em março, segundo o Datafolha, 65% consideravam sua
administração boa ou ótima. No início de junho, a taxa caiu para 57%. Em
seguida, despencou para 30% no final daquele mês, na esteira de
protestos de rua no país.
A presidente começou então uma
recuperação lenta e gradual. Chegou a 41% no final de novembro, última
pesquisa do Datafolha em 2013. Agora, no primeiro levantamento deste
ano, continua com os mesmos 41%. Há, entretanto, uma diferença. O
percentual dos que consideram seu governo ruim ou péssimo foi de 17%
para 21%. E a taxa dos que achavam a gestão regular desceu de 40% para
37%. Ou seja, a estabilidade da aprovação de Dilma não é completa.
PRIMEIRO TURNO - Nos
principais cenários eleitorais pesquisados pelo Datafolha, Dilma
Rousseff manteve-se também no mesmo lugar em que estava no final de
novembro. Vence no primeiro turno com 47% das intenções de voto contra
17% de Aécio Neves (PSDB) e 12% de Eduardo Campos (PSB). A vitória na
primeira rodada ocorreria porque a petista tem mais do que a soma dos
demais adversários. Aécio Neves e Eduardo Campos ficaram também no mesmo
lugar, com variações dentro do limite da margem de erro. O tucano,
entretanto, teve sua taxa reduzida pela segunda pesquisa consecutiva, o
que indica uma tendência de queda gradual.
Quando Marina Silva
(PSB) aparece como candidata no lugar de Campos, pontua 23%. Mas em
novembro tinha 26%. Em outubro, 29%. Nesse cenário, Dilma também vence
no primeiro turno, com 43%. Aécio fica com 15%. Quando Luiz Inácio Lula
da Silva é o candidato do PT, o ex-presidente mantém seu desempenho
sempre superior ao de Dilma. Ele venceria hoje a disputa com 51% ou 54%
das intenções de voto, dependendo do cenário proposto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário