O cerco começa a se fechar em torno da Odebrecht, a maior empreiteira
do país suspeita de envolvimento com a corrupção na Petrobras. Em
delação premiada ao Ministério Público Federal, Paulo Roberto Costa,
ex-diretor da Petrobras preso em Curitiba desde o ano passado, disse que
a Odebrecht lhe pagou propinas a “cada dois ou três meses” em suas
contas na Suíça entre 2008 e 2013.
Por baixo, Paulo Roberto calcula que recebeu no total algo como US$
31,5 milhões. Os pagamentos tiveram a ver, segundo ele, com uma política
da empreiteira de “bom relacionamento”. A iniciativa partiu do diretor
da Odebrecht Plantas Industriais Rogério Araújo. Paulo Roberto confessa
que ouviu dele:
– Você é muito tolo, você ajuda mais os outros que a si mesmo. E em
relação aos políticos que você ajuda, a hora que você precisar de algum
deles eles vão te virar as costas.
A empreiteira desmentiu Paulo Roberto.
Há uma força tarefa formada por representantes do Ministério Público
Federal e da Polícia Federal que atua desde a fase inicial da Operação
Lava-Jato investigando contratos da Odebrecht com a Petrobras e o
eventual pagamento de suborno.
A empresa sabe disso. E está pronta para rebater o que lhe imputem
tão logo isso ocorra. E por meio da Odebrecht que o Ministério Público e
a Polícia Federal imaginam que podem chegar ao ex-presidente Lula.
Assim que largou a presidência da República, Lula passou a prestar
serviços a empreiteiras com negócios no exterior. A Odebrecht é uma
delas. A OAS, outra.
Lula aproveita relações que estabeleceu com governos na época em que
era presidente para defender os interesses das empreiteiras. O que ele
faz não é ilegal. Imoral? Pode ser.
Por Ricardo Noblat
FONTE:ROBSON PIRES
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