A base de Temer começa indicar incômodo com a falta de clareza sobre
qual ajuste fiscal será, de fato, feito. Reclamam que o deficit de R$
170 bilhões, seguido de reajustes e benesses a Estados, virou cheque
especial para o governo gastar mais. Além do recente recuo no envio da
reforma da Previdência, que acendeu uma luz amarela em congressistas, o
governo já trata como sonho quase inatingível a aprovação do teto para
as despesas públicas antes das eleições municipais. As informações são
de Natuza Nery, na coluna Painel da Folha de S.Paulo. Diz mais a
colunista:
A equipe econômica parece estar consciente do perigo. Um importante
integrante da área desabafou com senadores: se as duas medidas — teto e
previdência — não forem aprovadas ainda este ano, é capaz de “ruir o
teto do Planalto”. Para ele, isso faria com que Michel Temer entrasse em
2017 politicamente fragilizado frente ao mercado financeiro e à nata do
PIB.
NOVA BASE DA OPERAÇÃO LAVA JATO CUMPRE MANDADOS NO DF, SP, RJ
A
Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira (4/7) a 31ª fase da
Operação Lava-Jato para cumprir mandados em São Paulo, Distrito Federal e
Rio de Janeiro. Foram expedidos 35 mandados judiciais. A ação foi
batizada pela PF de “Abismo”. Paulo Ferreira, ex-tesoureiro do Partido
dos Trabalhadores (PT), é alvo do mandado de prisão preventiva e outro
de busca e apreensão. Ele já estava preso pela Operação Custo Brasil.
SENADO TERÁ SEMANA EM CLIMA DE RETA FINAL
A
semana que se inicia no Senado terá clima de reta final por ser a
última de reuniões da Comissão Processante do Impeachment – que depois
só voltará a se reunir no início de agosto para a apresentação do
relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) – e a penúltima de
votações em plenário antes do recesso parlamentar que começará em 13 de
julho.
Nesta segunda-feira (4) os técnicos assistentes de defesa e acusação
apresentarão suas considerações sobre a perícia feita por consultores do
Senado nos documentos que embasam o pedido de impeachment da
presidenta Dilma Rousseff. Na terça-feira (5), uma audiência pública com
os três peritos e os dois assistentes deverá servir para tirar as
últimas dúvidas dos senadores sobre o que foi constatado no trabalho.
Na quarta-feira (6) está previsto, pelo cronograma aprovado pela
comissão, a ida de Dilma à comissão para falar em sua defesa, mas o
advogado dela, José Eduardo Cardozo, ainda não confirma que o depoimento
ocorrerá. Dilma poderá optar por enviar uma declaração por escrito ou
ser representada por Cardozo, que falaria em nome dela.
Depois disso, a comissão entrará numa espécie de recesso, porque
começará a contar os prazos de alegações finais da acusação, até 12 de
julho, e, em seguida, da defesa, até 28 de julho. Após as duas
alegações, o relator ainda terá mais quatro dias de prazo para produzir
seu parecer, que será apresentado em 4 de agosto. Até lá, não estão
previstas reuniões da comissão.
DONOS DE EMPREITEIRAS SE ATACAM NA SURDINA
Mensagens
interceptadas pela PF mostram que a cúpula da OAS não poupava ninguém.
Em dada conversa, César Mata Pires diz que “na Odebrecht até o boy é
diretor”. Dias depois, Léo Pinheiro chama Dario Galvão, sócio do Grupo
Galvão, de “mobral” ao ler um artigo dele .
Outro alvo da Sépsis, o lobista Milton Lyra, conhecido como operador
de políticos do PMDB, insistia em dizer que nunca fizera lobby e que
ficou rico com suas empresas, como uma rede de franquias de pet shops.
Quando soube da delação de Nelson Mello, ex-diretor da Hypermarcas,
que citou repasse a políticos ligados a ele, Lyra passou a se calar
sobre o tema
SINAIS: DILMA ENCAIXOTA LIVROS NO ALVORADA
A imensa estante de livros do salão principal do Palácio da Alvorada
está bem mais vazia. Leitora voraz, a presidente afastada Dilma Rousseff
já encaixotou alguns dos exemplares. É o começo da mudança que deve ser
concluída no fim de agosto, com o indicativo iminente de que o plenário
do Senado vai afastá-la definitivamente da presidência da República.
Por sua vez, o material apreendido pela Polícia Federal na operação
que cercou os conselheiros do fundo de pensão dos Correios, o Postalis,
entrega mais gente da direção. Os dados apontam para ingerência de dois
senadores do PMDB em aplicações suspeitas que deram prejuízos de mais de
R$ 500 milhões.
EMPRESAS RENEGOCIAM R$ 420 BILHÕES EM DÍVIDAS
De
maneira silenciosa, mas persistente, a recessão que tomou conta da
economia foi comprometendo a saúde financeira dos maiores negócios
nacionais. Segundo um levantamento, ao qual o ‘Estado’ teve acesso em
primeira mão, cerca de 40% das maiores empresas brasileiras listadas na
Bolsa de Valores de São Paulo estão muito endividadas, sendo que mais da
metade delas está em estado “crítico”, tem dificuldade de pagar dívidas
que somam R$ 420 bilhões. Se na conta for incluído os débitos da
Petrobrás, que somam cerca de R$ 450 bilhões, o volume total de dívidas
consideradas críticas vai a R$ 870 bilhões.
Na avaliação dos especialistas, tão ou mais preocupante do que o
tamanho da conta tem sido a solução encontrada para tirar a corda do
pescoço: a maioria está apenas renegociando os passivos com os bancos.
Alongam prazos, reduzem valor das parcelas, enfim, jogam a conta para
frente, numa aposta de que haverá dias melhores na economia em pouco
tempo.
TEMER DIZ QUE ZERO O RISCO DE CONTAMINAÇÃO DO SEU GOVERNO PELA LAVA- JATO
Nas páginas amarelas de Veja, numa entrevista a Policarpo Júnior e
Thais Oyama, o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) garante que
não existe risco de a operação Lava-Jato contaminar o seu Governo ou
provarem alguma coisa contra ele.
Ressalta que, após o desfecho do impeachment, em agosto, haverá um
grande aporte no País de investimentos estrangeiros. Sobre as
reclamações da presidente afastada quanto ao uso de aviões oficiais, diz
que acha “um pouco esdrúxulo a senhora presidente usar o aparato
governamental para fazer campanha contra o Governo”. Temer anuncia, por
fim, um amplo programa de privatizações.Fonte:Robson Pires
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