Prestes
a concluir sua gestão como presidente do Tribunal de Justiça do Rio
Grande do Norte, o desembargador Cláudio Santos, um crítico do Governo
de Robinson Faria (PSD), admite em entrevista à Tribuna do Norte deste
domingo (18) ser candidato em 2018 “se for inevitável”.
Cláudio Santos deixa como marca de sua
gestão a coragem de um ajuste fiscal no Tribunal de Justiça e a mudança
de uma cultura sedimentada ao longo de décadas, como o próprio afirmou
durante a entrevista.
Muito tem se comentado sobre seus interesses políticos em 2018. Há interesse e candidatura?
“Eu não tenho, racionalmente, nenhum
interesse em me aposentar e, racionalmente também, de ir para a
política. Eu acho que a política é um sacrifício muito grande de ordem
pessoal, familiar. Eu me considero com uma vida muito boa para enfrentar
esses desafios. Porém, o fato de eu ter exercido minhas funções
político-administrativas como presidente do Tribunal de Justiça de forma
proativa, de participação, e acho que um chefe de poder assim deve
proceder respeitando o estilo de cada um, leva as pessoas a comentarem
esse tipo de coisa. Agora, o fato é que nós temos que ter a coragem, por
exemplo, na questão previdenciária, de observar que o Governo está
enfrentando. O Governo e o Rio Grande do Norte pouco podem fazer
isoladamente nesse sentido. O que o Governo Federal quer fazer é uma
“meia sola” e não vai resolver, a médio e longo prazos, e imediatamente
muito menos. Nós temos um milhão de aposentados do poder público que
ganham o que ganham, e 25 milhões de aposentados do INSS. Será que isso é
justo? Nós temos 220 milhões de brasileiros sustentando aposentadorias
absurdas. Nós tínhamos um déficit R$ 8 milhões por mês no IPERN há seis
anos e hoje o déficit e de R$ 100 milhões. Onde é que vai parar isso?
Não há dinheiro que chegue. As medidas de austeridade precisam ser
tomadas. E eu dizendo isso, as pessoas se confundem no sentido de que eu
quero gerir o Estado, me candidatar a vereador de Jardim do Seridó, a
deputado, a qualquer coisa. Não quero. A não ser que seja inevitável”.
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