O STF não votou para manter Renan. Votou para manter a votação da PEC
55. Fosse presidente do Senado Eduardo Cunha ou Fernandinho Beira Mar,
com igual capacidade de assegurar a votação e a “governabilidade”, o
resultado teria sido idêntico.
Quem não entende isso, não entende nada do que se passa no país.
O processo golpista, ainda em curso, jogou na lata de lixo o voto e a
soberania popular, sustentáculo legitimador da democracia e suas
instituições. Parafraseando Dostoievsky, com a morte da fonte do poder
democrático, tudo se tornou permitido. Instaurou-se uma anomia
institucional que dá margem às mais grosseiras barbaridades.
Temos um presidente impopular, ilegítimo e pateticamente fraco, com
um ministério composto de réus e candidatos a réus. A turma que queria
“estancar a sangria” compõe hoje um governo hemofílico, que, ante
qualquer arranhão, sangra profusamente em praça pública.Fonte: Robson Pires
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