Mesmo com proximidade da eleição da
Mesa Diretora do Senado, marcada para a próxima sexta-feira (1º), o
clima no Senado Federal parece ainda não ter saído do recesso
parlamentar. Não há faixas de candidatos e, nos corredores, a
movimentação também é tranquila.
Tido
como favorito, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) sequer formalizou
sua candidatura. Devem ser candidatos ainda os senadores Pedro Taques
(PDT-MT) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), mas nenhum deles se lançou de
maneira categórica ao pleito.
Já
nos gabinetes e nas residências oficiais dos senadores da base aliada do
governo, o clima é tenso, segundo assessores. É lá que têm acontecido
articulações políticas para angariar votos.
Com
apoio dos partidos da base aliada do governo Dilma Rousseff, Renan –
atual líder do PMDB no Senado – está sendo bombardeado por denúncias de
irregularidades nos últimos dias e vem evitando a imprensa.
Sua
agenda de compromissos de campanha não é divulgada e os senadores
peemedebistas não informam suas ações às assessorias nem atendem aos
telefonemas de repórteres em seus celulares.
Pela
manhã, em cerimônia para o lançamento de um guia com informações sobre o
Senado Federal, o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), evitou a
imprensa e, depois de discurso sobre a publicação, entrou no gabinete
sem conversar com os jornalistas, que o esperavam para falar das
eleições internas.
Protesto
Ainda
no período da manhã, quatro manifestantes foram barrados quando
tentaram entrar no Senado. Eles não conseguiram a autorização para fazer
um ato político de lavar a rampa do Senado como forma de protesto para
evitar que alguém com a "ficha suja" seja eleito presidente do Senado,
em referência a Calheiros.
A assessoria de Sarney negou que tenha havido um pedido por parte do presidente para barrar a manifestação.
De
acordo com os manifestantes, a Polícia Legislativa só permitirá a
manifestação na rampa com um documento assinado por um dos senadores da
Casa. Procurada, a Polícia Legislativa ainda não se manifestou.
O
jardim em frente ao Senado costuma ser palco frequente de protestos
pacíficos e, para a população, em geral, raramente há restrição para
entrar na Casa Legislativa.
"A
demanda é tão alta e evidente da sociedade e não condiz com o que o
Senado está produzindo. Não vamos agredir ninguém, a vassoura é uma
metáfora do nosso descontentamento. A ideia é que tudo tivesse muita
repercussão para dar força à nossa petição", explica Antônio Carlos
Costa, da ONG (organização não governamental) Rio de Paz.
O
movimento é um dos autores da petição na internet contra a candidatura
de Calheiros à presidência do Senado. Criada na última quinta-feira
(24), já conta com quase cem mil assinaturas na internet.
Fonte: Camila Campanerut/UOL