Para Temer, Renan pode fazer 'belíssima gestão' na presidência do Senado
Para vice-presidente, também do PMDB, retorno do senador ao comando não afeta credibilidade da Casa
BRASÍLIA - O vice-presidente da República, Michel Temer,
afirmou na manhã desta quarta-feira, 23, que não acredita que o retorno
do líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), ao comando do Senado afetará a
credibilidade da Casa. Renan Calheiros é favorito para voltar a presidir
o Senado, cargo ao qual renunciou no final de 2007 para evitar ser
cassado por quebra de decoro parlamentar após uma série de acusações de
irregularidades. Nesta quarta, o Estado revelou que uma empreiteira de uma pessoa próxima a Renan Calheiros faturou nos últimos dois anos R$ 70 milhões em recursos do programa Minha Casa Minha Vida em Alagoas.
"Não creio (que afete a credibilidade do Senado). Vai depender muito
da gestão que ele queira fazer, se ele fizer uma gestão correta,
adequada, ao invés de prejudicá-lo, vai enaltecer. Mas é o futuro que
vai dizer", disse Temer, presidente de honra do PMDB. O vice-presidente
fez uma "visita de cortesia" ao presidente do Senado, José Sarney
(PMDB-AP), com quem conversou durante 40 minutos "sobre o futuro".
Questionado por jornalistas se Renan Calheiros é um "bom nome" para
comandar o Senado, Michel Temer disse que é "um nome escolhido pelo
Senado, pelo partido, que tem tradição e pode fazer uma belíssima
gestão". "É isso que nós esperamos", disse. O vice-presidente ressalvou
que o líder do PMDB ainda não é candidato, e deverá oficializar sua
candidatura "a partir talvez da semana que vem".
O presidente de honra do PMDB afirmou, em relação à corrida para
Presidência da Câmara dos Deputados, que a disputa "está caminhando". "O
melhor candidato, que ganhar simpatia da bancada, será eleito",
destacou, numa referência à disputa que tem entre os candidatos o líder
do partido e favorito, Henrique Eduardo Alves (RN), e a atual
vice-presidente da Câmara, Rose de Freitas (PMDB-ES).
O vice-presidente da República disse ainda que o governo tem tomado
providências para não prejudicar os Estados na questão dos repasses do
Fundo de Participação dos Estados (FPE). Com base em um parecer do
Tribunal de Contas da União, o Executivo liberou a primeira parcela do
fundo com base nos critérios de rateio do ano passado.
Em 2010, o Supremo Tribunal Federal havia considerado a fórmula de
distribuição de recursos ilegal e deu prazo até o final de 2012 para que
o Congresso aprovasse uma nova lei - o que não foi feito. "Eu acho que
muito proximamente o Congresso Nacional deverá se reunir para decidir
esta matéria", disse Temer. Perguntado se o Congresso não demorou muito
para decidir, o vice-presidente disse que o Legislativo "tem o seu
tempo". "Acho que no seu tempo vai decidir", frisou.
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