O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou nesta
sexta-feira (25) que, se houver boa vontade das bancadas e dos líderes
partidários, o Congresso pode votar as novas regras para distribuição
dos recursos do Fundo de Participação dos Estados (FPE) ainda no mês de
fevereiro, quando os parlamentares voltam das férias.
Nesta quinta (24), o presidente em exercício do Supremo Tribunal
Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowiski, decidiu prorrogar por mais
150 dias a validade do sistema de partilha atualmente usado pelo
governo, considerado inconstitucional pelo próprio STF em 2010. Na
ocasíão, o tribunal havia estipulado prazo de até o fim de 2012 para o
Congresso votar nova regra, que não foi cumprido pelos parlamentares.
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“Esse assunto foi uma das grandes preocupações do Congresso na sessão
legislativa passada. E, na nossa última sessão, já estava o projeto na
pauta, com pedido de urgência para ser votado. De modo que nós estamos
na fase final de ajustamentos, e não vejo porque não resolvermos isso
até o mês de fevereiro, se tivermos uma certa boa vontade das bancadas”,
afirmou Sarney.
A decisão de Lewandowski foi motivada por pedido de oito estados que
queriam o alargamento do prazo para evitar interrupção no repasse dos
recursos. Na opinião de Sarney, o período de cinco meses estipulado pelo
STF serve como uma garantia ao Executivo de que os repasses podem
continuar a ser feitos. Para o senador, o STF não estipulou um prazo
para o Congresso.
“No despacho, ele [ministro] não dá prazo para o Congresso [votar]. Ele
apenas mantém a decisão que o Supremo tinha tomado de uma nova
regulamentação do Fundo de Participação dos Estados, e diz que durante
cinco meses serão mantidas as mesmas regras. Ele [despacho] é mais
dirigido justamente ao Poder Executivo, para manter a transferência de
acordo com os índices que constam da antiga distribuição”, disse Sarney.
Saída da presidência
O senador Sarney, que deixa a presidência do Senado na próxima semana após quatro anos no cargo, afirmou que depois que entregar o comando da Casa vai dedicar mais tempo aos trabalhos legislativos.
O senador Sarney, que deixa a presidência do Senado na próxima semana após quatro anos no cargo, afirmou que depois que entregar o comando da Casa vai dedicar mais tempo aos trabalhos legislativos.
“A idade é uma coisa que chega. Eu vou justamente terminar o meu
mandato procurando me dedicar mais aos trabalhos legislativos, que eu
não tive tempo porque estava mais voltado para as questões
administrativas e as decisões da nossa pauta”, disse Sarney.
Questionado se ocuparia algum cargo na Mesa, Sarney afirmou não saber.
Sobre se sentiria saudade da cadeira de presidente, Sarney afirmou:
“Eu tenho por norma quando eu deixo os cargos. Eu não olho pra trás”.
A eleição para a presidência do Senado corre na próxima sexta-feira
(1º). Disputam o cargo os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Randolfe
Rodrigues (PSOL-AP) e Pedro Taques (PDT-MT).
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