O governo de Robinson Faria está num momento crítico.
Chegou ao limiar de uma mudança. Ou o governador dá agora uma
guinada, reestrutura a equipe, monta um projeto com metas
administrativas e políticas, ou então dará início a uma derrocada sem
volta.Contando de agora, restam ainda 16 meses antes da eleição do ano
que vem, tempo suficiente para engrenar um projeto.
Como se trata de um governo em declínio, perdendo o “timing” de
agora, dificilmente ainda dará a volta por cima. Pelo contrário, tende a
seguir o mesmo roteiro que ele tanto condenou no ex-prefeito Francisco
José Júnior: a falta de bom senso para entender que era chegada a hora
de refazer o caminho.
Para se ter uma ideia de como está o governo atualmente, basta ficar atento a dois detalhes.
Detalhe 1. O secretariado perdeu a motivação. Basta conversar dez
minutos com a maioria dos secretários e se ouvirá um muro inteiro de
lamentações. Falta de autonomia. Falta de dinheiro. Falta de acesso ao
governador. Falta de comando.
Detalhe 2. A agenda que o governador cumpre hoje tanto em Natal, como
no interior, é agenda de pequeno porte. Tirando as ações da Secretaria
de Ação Social inseridas dentro da agência, não sobra mais nada.
O exemplo que vem de Mossoró é de um governo sem equipe. Os mais de
50 cargos comissionados na cidade não são aliados políticos do
governador, sequer aparecem para acompanha-lo numa agenda. Muitos até
pediram demissão e estão a meses esperando que o governador os exonere. E
não são exonerados porque não há quem seja colocado no lugar.
O governo dá tiros a ermo. Semana passada tentou cooptar um vereador
em Mossoró, mas a fatura apresentada foi alta demais: a direção da
Caern. Ou seja, com o descrédito do governo, os aliados querem
compensações valiosas para o “sacrifício” de dar apoio.
Alguns interlocutores de Robinson, que conversam com ele diariamente
até sentem certo bom senso sobre a realidade, mas a falta de verdadeiros
aliados faz com que quase nada progrida dentro da gestão. Tudo emperra
na falta de comando ou na falta de motivação dos subordinados.
O tempo está correndo. A gestão ainda carece de um projeto com
começo, meio e fim. Carece de organização. Carece de voz de comando. E
carece de uma equipe afinada. O governo da segurança, o governo que mais
iria investir em saúde, o governo que ouve o povo, o governo do Ronda
Cidadã, todas as peças de marketing sumiram como fumaça.
Não há mais marketing possível. Sem resultados, nada cola. Para isso o
governo precisa ter metas claras, plausíveis e de efeito rápido. O que?
Onde? Como?
Ou o governador tenta salvar o governo agora ou se contenta
definitivamente apenas com o status do cargo e algumas bajulações
encomendadas.
POR NETO QUEIROZ. BLOG O PRIMO
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