Por Agência O Globo
SÃO PAULO – Os
ex-procuradores-gerais da República Claudio Fonteles e Antônio Fernando
de Souza, além do ex-diretor geral da Polícia Federal Luiz Fernando
Corrêa, negaram qualquer tentativa de obstrução de investigações
realizadas durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).
Em depoimento concedido ao juiz Sergio Moro na manhã desta
quarta-feira (14), por meio de videoconferência, eles afirmaram
desconhecer, à época em que ocupavam os respectivos cargos, os nomes de
Nestor Cerveró, Paulo Roberto da Costa e Renato Duque.
Os três foram testemunhas de defesa no processo em que o petista é
acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de pedir propina à
Odebrecht, como um apartamento vizinho ao que mora atualmente, em São
Bernardo do Campo (SP), e um prédio que sediaria o Instituto Lula, em
São Paulo.
“De 2003 a 2005 eu fui vice-procurador-geral eleitoral e o
procurador-geral era o Claudio Fonteles. Nesse período, e depois dele,
jamais tive qualquer conhecimento sobre esse homem”, respondeu Antônio
Fernando de Souza quando indagado sobre Nestor Cerveró.
A fala de Souza corrobora a versão dada por Fonteles sobre o
ex-diretor da Petrobras: “Não, nem conhecia esse nome. Nunca o vi. Soube
quem era apenas agora, recentemente.”
Questionado sobre ter tomado conhecimento de fatos que “indicassem
prática de ato ilícito” de Renato Duque, Fonteles afirmou que, além de
desconhecer o ocorrido, qualquer atitude seria além de sua competência.
“Não, até porque não me competeria tomar conhecimento disso. São pessoas
destituídas de prerrogativa de função. Uma coisa que sempre preservei é
a independência funcional. Essas pessoas citadas pelo senhor não
dependem do controle de função, então não caberia ao procurador-geral
qualquer atitude.”
Ex-diretor geral da Polícia, Luiz Fernando Corrêa detalhou como
governo teria contribuído para aprimorar o combate à criminalidade,
ampliando os recursos em crimes de lavagem de dinheiro. “A polícia vinha
num processo evolutivo e o que fizemos foi potencializar essa evolução
da Polícia Federal otimizando todo o legado da gestão do doutor Paulo
Lacerda [ex-diretor da PF]. Um dos primeiros atos nossos foi tranferir
para o âmbito interno da PF, descentralizar uma capacidade que estava
nos órgãos centrais em Brasília.”
As três testemunhas confirmaram o que já haviam declarado em
depoimentos anteriores ao juiz Sergio Moro, ainda este ano, em processo
que investiga o caso do tríplex do Guarujá.
LULA DEFENDE MUDANÇA NO MODO DE ESCOLHA DE MINISTROS DO STF
Em meio aos debates sobre os limites de atuação dos Poderes, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quarta-feira
(14/6) mudanças no critério de escolha dos ministros do Superior
Tribunal Federal (STF). Em entrevista à Rádio Difusora, de São Luís
(MA), o petista ainda defendeu a “harmonia” entre as instituições do
País.
Embora negue que os presidentes tenham influência sobre os ministros
que indicam ao STF, Lula acredita que “o critério está errado” e sugeriu
que seja criado um colegiado responsável pela formação do tribunal e
seja debatido o tempo de mandato. “Não pode uma pessoa entrar com 35
anos e ficar até os 75 exercendo o cargo na Suprema Corte”, disse.
AÇÃO CONTRA TEMER NÃO PASSA NA CÂMARA
Josias de Souza
Depois que o Tribunal Superior Eleitoral enterrou o processo contra a
chapa Dilma-Temer e o PSDB congelou a ideia de desembarcar do governo,
reina no Palácio do Planalto a tranquilidade. A calma do presidente e
dos ministros palacianos contrasta com a ebulição do noticiário. Temer e
seu staff avaliam que o mandato presidencial já não corre riscos. Um auxiliar do presidente declarou ao blog:
“Pode anotar para me cobrar depois: não há a menor hipótese de o
Rodrigo Janot [procurador-geral da República] conseguir na Câmara os 342
votos de que precisa para abrir uma ação penal contra o presidente da
República no Supermo Tribunal Federal”.
Para enterrar a denúncia de Janot na Câmara, os articuladores do
Planalto recorrem a uma tática ofídica. Assim como o soro que anula os
efeitos da picada de cobra é extraído do veneno da própria serpente,
também o antídoto utilizado para livrar Temer da Lava Jato é fornecido
pela operação anticorrupção. Há na Câmara cerca de 150 deputados que
respondem a inquéritos ou ações penais no Supremo. Destes, 58 foram
pilhados na Lava Jato. O governo apela para o instintito de
sobrevivência de sua turma.
O repórter testemunhou a conversa telefônica de um ministro de Temer
com um congressista do Partido Progressista, campeão no ranking da Lava
Jato, com 21 deputados encalacrados. “Se a Procuradoria e o Supremo
querem derrubar o presidente da República, imagine o que não farão com
os parlamentares!”, disse o ministro ao interlocutor. Com esse tipo de
abordagem o Planalto transforma a batalha pessoal de Temer numa guerra
entre investigados e investigadores. E estimula os deputados a
escolherem sua turma.
O esforço de Temer é menor que o de Janot. Para evitar que a denúncia
do procurador-geral obtenha 342 votos, como exige a Constituição, o
governo só precisa seduzir 172 dos 513 deputados. E eles nem precisam
aparecer no plenário. Subtraídos os votos contrários, as abstenções e as
ausências, se a acusação do procurador-geral arrastar 341 votos, estará
derrotada. Sem novas delações e com as ruas vazias, disse o articulador
do presidente, essa encrenca é ”página virada”.
Nos próximos dias, fingindo não notar que o doleiro Lúcio Funaro, um
dos operadores de Eduardo Cunha, negocia sua delação, o governo tentará
devolver às manchetes a pauta de reformas. A proposta trabalhista, que
mexe na CLT, está avançada no Senado. Mas a emenda constitucional que
altera as regras da aposentadoria subiu no telhado e o governo não
dispõe de votos para retirá-la de lá. Temer amarga um paradoxo: embora
fragilizado, ainda reúne forças para evitar que Janot cave 342 votos na
Câmara. Mas não tem musculatura para levar ao painel eletrônico os 308
votos necessárioa à aprovação da emenda da Previdência.
O
prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves foi visto pelo soldado Vasco
entrando no gabinete do ex-presidente do Tribunal de Justiça,
desembargador Claudio Santos.
Carlos Eduardo Alves está semana esteve conversando com o senador
José Agripino, governador Robinson Faria e Claudio Santos. Muitas
conversas é um sinal que Carlos Eduardo está se mexendo..
Claudio Santos tem seu nome lembrado por setores produtivos e políticos do RN como candidato a governador.BLOG: O PRIMO
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