Por Gabriel Mascarenhas
A classe política tem todos os motivos para se apavorar com a Lava
Jato, alguma figuras mais do que outras. O conhecidíssimo Jader Barbalho
estava ensandecido ontem no Senado.
Dentro do plenário, ele vociferou à vontade. Depois, numa conversa
reservada ao fim da sessão sobre o afastamento de Aécio Neves, Jader
desancou o Supremo, criticou Eunício Oliveira e deixou aparamente o
pavor que assola a ele e seus pares: ser o próximo.
“Que autoridade o Supremo tem para afastar (o Aécio)? E isso vai um
por um, vai um por um, rapaz. Que autoridade o Edson Fachin tem para
afastar um senador? Se eu fosse presidente do Senado, eu receberia a
representação (que determinava o afastamento) e mandaria devolvê-la”,
esbravejou.
Jader deixou para o final do desabafo a verdadeira razão de sua ira: “Na marcha que vai, não sobra um”.
Fonte: Revista Veja
GILMAR ATACA PGR E LAVA JATO EM VOTO SOBRE DELAÇÃO DA JBS
Por João Pedroso de Campos
O ministro Gilmar Mendes foi a primeira voz dissonante no julgamento
do Supremo Tribunal Federal (STF) que decide sobre validade dos termos
do acordo de delação premiada da JBS, se o ministro Edson
Fachin continua como relator do caso e se ele poderia ter homologado a
delação monocraticamente. Nas sessões realizadas na semana passada, os
ministros Fachin, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Luiz
Fux, Ricardo Lewandowski, Rosa Weber e Dias Toffoli decidiram para que
as cláusulas do acordo não sejam alteradas, o relator seja mantido na
relatoria e pudesse ter validado o acordo sem submetê-lo aos colegas.
Votam hoje, além de Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e
a presidente do Supremo, Cármen Lúcia.
Gilmar concordou apenas com a continuidade de Edson Fachin à frente
das delações e defendeu a tese de que a homologação dos acordos caiba
não mais ao relator, mas às Turmas do STF, ambas compostas por cinco
ministros, e que as cláusulas da colaboração possam ser revistas ao
final dos processos. Neste ponto, refutou e ironizou o argumento de que
revisões gerariam “insegurança jurídica”. Para ele, a possibilidade
“frustraria os bandidos”.
O ministro argumentou que, se Joesley Batista, dono da JBS, não pode
ser denunciado – como foi acertado pela Procuradoria no acordo de
colaboração -, não há como o procurador-geral, Rodrigo Janot, provar se
ele era ou não o líder da organização criminosa, posição que, pela lei,
impede o fechamento de delação premiada. Gilmar comparou Joesley a
líderes das facções criminosas PCC e Comando Vermelho. “Talvez um acordo
de colaboração, para desenvolvermos a ideia ad absurdum, possa
ser apto a rescindir as sentenças quase centenárias de Fernandinho
Beira-Mar [líder do CV] ou de Marcola [chefe do PCC] com as premissas
que estão sendo assentadas. Basta que o Ministério Público diga que eles
não são líderes da organização”.
MINISTRO DO STF CRITICA "INDOLE PESSOLA " EM FALA DE TEMER SOBRE JANOT
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello criticou
nesta quarta-feira (28) a “índole pessoal” das críticas feitas pelo
presidente Michel Temer (PMDB) ao procurador-geral da República, Rodrigo
Janot.
Temer insinuou nesta terça-feira que Janot poderia ter sido
beneficiado financeiramente com o acordo de leniência da JBS, além de
ter classificado a denúncia apresentada contra ele de “ficção” ao
afirmar que a acusação está baseada em “ilações”.
“Eu lamento que haja essa discussão de índole pessoal”, disse o decano.
“Hoje nós temos uma acusação formal que será apreciada pelo Supremo
Tribunal Federal, ensejando-se a quem sofre essa acusação a
possibilidade de exercer em plenitude o direito de defesa. A questão não
se resolve fora do âmbito do tribunal. Juridicamente, cabe a definição
da matéria ao tribunal, desde que a Câmara dos Deputados, pelo voto da
maioria qualificada de dois terços, autorize ao Supremo Tribunal Federal
instaurar esse procedimento penal”, afirmou Celso de Mello.
TEMER ESCOLHE RAQUEL DODGE PARA PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA
Ligeiro no gatilho e com objetivo de enfraquecer Janot, o presidente
Temer escolheu hoje a procuradora Raquel Dodge para o comando da
Procuradoria Geral da República, em substituição ao atual
procurador-geral, Rodrigo Janot.
Rachel Dodge foi a segunda na lista da eleição dos procuradores realizada ontem..
O mandato de Janot à frente da PGR termina em setembro.FONTE: BLOG O PRIMO
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