RIO DE JANEIRO (Reuters) – Agentes da Polícia Federal foram às ruas nesta sexta-feira para cumprir 10 mandados judiciais no Rio de Janeiro e em Recife relacionados a uma nova ação de investigação de corrupção e lavagem de dinheiro em contratos da Petrobras com a Odebrecht, informou a PF em comunicado.
Foram expedidos pela Justiça Federal de Curitiba quatro mandados de busca e apreensão, um mandado de condução coercitiva e um mandado de prisão temporária, e ainda três intimações com a imposição de outras medidas cautelares, acrescentou a PF.
RAQUEL DODGE APONTA GEDDEL COMO LÍDER DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA DA QUAL HENRIQUE ALVES FAZ PARTE DE QUADRILHA
Por Folhapress
“Em um primeiro momento, Geddel violou a ordem pública e pôs em risco a aplicação da lei ao embaraçar investigação de crimes praticados por organização criminosa. Num segundo momento, passados nem dois meses do primeiro, reiterou a prática ao ocultar mais de R$ 50 milhões de origem criminosa. Fez muito em pouco tempo”, disse.
Geddel foi preso pela segunda vez no dia 8 de setembro na operação Tesouro Perdido, quando cumpria prisão domiciliar.
A Polícia Federal encontrou um bunker com malas e caixas de dinheiro -somados R$ 51 milhões- e identificou ao menos três digitais do político.
Investigações
Segundo Dodge, o valor “monumental” descoberto no apartamento é apenas “uma fração de um todo ainda maior e de paradeiro ainda desconhecido”.
“Mesmo em crimes de colarinho branco, são cabíveis medidas cautelares penais com a finalidade de acautelar o meio social, notadamente porque a posição assumida por Geddel parece ter sido a de líder da organização criminosa”, escreveu.
“A elevada influência desta organização criminosa evidencia-se, aos olhos da nação, em seu poder financeiro: ocultou cinquenta e dois milhões de reais em um apartamento de terceiro, sem qualquer aparato de segurança, em malas que facilitaram seu transporte dissimulado”.
Na manifestação, Dodge fez referência às investigações da Cui Bono, que tem como tema desvios e fraudes na Caixa Econômica, banco que Geddel foi vice-presidente durante os anos de 2011 e 2013, sustentando que a liberdade do ex-ministro pode atrapalhar o andamento da apuração.
“Realço que é investigada uma poderosa organização criminosa que teria se infiltrado nos altos escalões da Administração Pública, e que seria integrada, segundo indícios já coligidos, por um ex-Ministro de Estado e ex-Presidente da Câmara dos Deputados”, fazendo referência a Henrique Eduardo Alves.
“Deve ser lembrado a este juízo, que se usufruir de prisão domiciliar, Geddel poderá manter contatos, receber visitas, dar ordens e orientações que podem frustrar os objetivos das medidas cautelares nesta investigação. Como referido acima, ele deu provas materiais de que atuará de toda forma para que esta persecução criminal não tenha o mesmo êxito que teria se estivesse preso”.BLOG: O PRIMO
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