A revelação de que o procurador-geral de Justiça manteve contato com a
ex-procuradora-geral da Assembleia Legislativa, Rita das Mercês,
enquanto ela era investigada na Operação Dama de Espadas, a pretexto de
agilizar a aprovação de matéria de seu interesse, está sendo considerada
por procuradores de Justiça, que pensam em tomar medidas contra o chefe
do Ministério Público do Estado.
Corregedor interino do Ministério Público, o procurador Anísio
Marinho explicou que qualquer deliberação nesse sentido deverá acontecer
na reunião ordinária marcada para 11 de fevereiro. Pela posição que
ocupa, ele preferiu não emitir opinião. “Estou na Corregedoria, e
prefiro não opinar sobre assunto que posso ser instado a analisar”,
explicou.
Por outro lado, um segundo procurador, que conversou reservadamente
com a reportagem, afirmou que a situação é constrangedora. A fonte
comentou ainda que não tem mantido contato com seus outros colegas para
saber o que eles pensam a respeito, mas arriscou dizer que esse assunto
não vai cair no esquecimento. “Por muito menos já acionamos o PGJ na
Justiça”, arrematou.
De acordo com as interceptações divulgadas, Rinaldo procurou Rita das
Mercês em agosto de 2014 para agilizar a mudança na forma como o
Ministério Público indicava representantes para se tornarem
desembargador. Atualmente, no Tribunal de Justiça, a vaga que compete ao
MPRN é ocupada pela desembargadora Judite Nunes.
À época em que Rinaldo pleiteou a mudança na forma da indicação,
Judite pensava em se aposentar, o que não aconteceu. Se tivesse deixado a
carreira no Judiciário, a magistrada teria aberto vaga que só poderia
ser preenchida por um procurador de Justiça. Com a mudança pleiteada e
obtida por Rinaldo, promotores também poderão disputar a vaga.
Ao portalnoar.com, Rinaldo informou, via assessoria de imprensa, que
não considera a hipótese do Colégio de Procuradores adotar medidas
contra ele. “Os membros do Colégio têm a capacidade de constatar que o
procurador-geral estava tratando de um assunto de interesse da
Instituição, uma mudança de lei que não beneficiava pessoalmente o PGJ”,
informou, em nota, o PGJ.
Portal No Ar
Nenhum comentário:
Postar um comentário