Sob
o impacto da operação Lava Jato, da Polícia Federal, o Produto Interno
Bruto (PIB) brasileiro pode “encolher” R$ 87 bilhões este ano, ao custo
de 1 milhão de empregos. É o que aponta estudo elaborado pelo Grupo de
Economia da Infraestrutura & Soluções Ambientais da Fundação Getúlio
Vargas e pelo Centro de Estudos de Direito Econômico e Social (Cedes).
O trabalho considera os efeitos da retração de gastos da Petrobrás
sobre toda a cadeia de fornecedores. Partindo de uma estimativa de
redução de R$ 27,5 bilhões nos investimentos da petroleira este ano,
foram calculadas as perdas na produção, nos empregos, nos salários e na
geração de impostos.
Com as demissões previstas, o pagamento de salários deverá encolher
R$ 13,6 bilhões, com efeitos negativos sobre o consumo de produtos,
serviços e até produtos agrícolas. Além disso, os cofres públicos de
União, Estados e municípios deverão amargar uma redução da ordem de R$
5,7 bilhões em ingressos este ano.
O impacto mais forte é visto nas grandes construtoras, que também são
alvo dos investigadores que apuram suspeitas de corrupção, desvio de
recursos e lavagem de dinheiro. Só nesse setor, a contribuição para o
PIB deverá cair R$ 10 bilhões, com corte de 192 mil vagas, redução de R$
1,7 bilhão nos salários pagos e recolhimentos tributários R$ 652
milhões menores.
PARTIDOS DE MARINA E KASSAB PODEM VOLTAR À ESTACA ZERO
A
ex-senadora Marina Silva e o ministro Gilberto Kassab (Cidades), que
tentam viabilizar na Justiça Eleitoral a criação de partidos, podem ter
de recomeçar seus projetos políticos da estaca zero. Ministros e
ex-ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ouvidos pela Folha
avaliam que as duas novas siglas patrocinadas por eles se enquadram na
nova legislação, sancionada no mês passado, que dificulta a criação e
fusão de partidos.
Tanto o grupo político de Marina quanto o de Kassab pediram o
registro das legendas antes de a lei entrar em vigor. A avaliação de
pelo menos dois atuais ministros e outros dois ex-ministros do TSE,
porém, é de que apresentar o pedido não basta. Seria preciso que eles já
estivessem aprovados pela Justiça Eleitoral.
A nova lei exige que, para registro de novos partidos, só sejam
aceitos apoiamentos de eleitores não filiados a outra legenda. Para uma
sigla ser reconhecida, são necessárias 485 mil assinaturas. Marina Silva
tenta formar desde 2013 a Rede Sustentabilidade. Naquele ano, o TSE
negou registro porque 32 mil assinaturas foram invalidadas. Agora, o
grupo quer entregar, até o fim do mês, 80 mil apoiamentos à Justiça. A
Rede diz que não será atingida pela lei e espera reaproveitar 450 mil
assinaturas reconhecidas há mais de um ano.
O processo de recriação do Partido Liberal, patrocinado por Kassab,
também corre risco. Aliados do ministro entraram com o pedido de
registro no TSE um dia antes de Dilma sancionar a nova lei. Foram
apresentadas 167 mil assinaturas. O grupo diz que outros 484 mil
apoiamentos estão em processo de certificação em cartórios.
LULA DIZ QUE FOI ' INGENUIDADE " DE DILMA QUER INTERMEDIAR SOZINHA NOMEAÇÃO DE HENRIQUE ALVES
O grupo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pressiona Dilma
Rousseff a fechar, até a próxima semana, a reformulação de seu
ministério para pôr fim à guerra entre governo e PMDB. Segundo a Folha
de S. Paulo, a presidente deveria entregar imediatamente a articulação
política a um peemedebista para envolver o partido de seu vice, Michel
Temer, no comando das negociações do ajuste fiscal.
São citados dois candidatos ao posto, hoje nas mãos do ministro Pepe
Vargas (Relações Institucionais): o ex-deputado Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN) e o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), peemedebista
gaúcho. Lulistas avaliam que Dilma errou ao acertar a nomeação de
Henrique Eduardo Alves para o Ministério do Turismo sem definir a
situação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fiador do
atual titular da pasta, o alagoano Vinicius Lages.
Um interlocutor de Lula classificou de “ingenuidade” do Planalto a
orientação de que cabia ao PMDB se acertar internamente para ela nomear
Alves para o Turismo. Segundo assessores presidenciais, mudar o destino
de Alves poderia ser a solução, nomeando-o para o comando da articulação
política.Fonte:Robson Pires
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