quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

APÓS A FERROADA, TEMER FICA NA MOITA, POR ENQUANTO.



temer_chargeO vice-presidente Michel Temer soube da decisão por intermédio de Eduardo Cunha. A conversa durou alguns segundos. O vice não esboçou reação. Temer, por ora, adotará postura de “recolhimento total”. Além de evitar ligação com a decisão do correligionário, o vice vai esperar para ver como o setor privado e o mercado financeiro amanhecerão.
Quatorze minutos antes do anúncio, um importante auxiliar palaciano dizia que o governo não acreditava na possibilidade de o impeachment ser deflagrado. O Planalto deve apresentar um recurso ao plenário da Câmara contra a decisão de Cunha. Como este deve rejeitá-lo, o governo, então, recorrerá ao Supremo. Tentará, ainda, matar o processo na comissão especial. “Se for adiante, o risco é muito alto”, avalia o Executivo.



EXPECTATIVA É QUE CONGRESSO NÃO ENTRE DE RECESSO



Com a decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de deflagar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, a expectativa é que o Congresso não inicie o recesso previsto para começar em 23 de dezembro. Essa decisão cabe tanto ao presidente da Câmara quanto ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em um ato conjunto.
Após o acolhimento do pedido de afastamento, líderes se reuniram na Câmara para definir as indicações na comissão especial da Casa sobre o assunto. O colegiado é composto por 65 membros, e as vagas são divididas por proporcionalidade de acordo com o número de deputados eleitos por legenda. Segundo documento discutido na reunião de ontem obtido pelo Correio, o PMDB e PT lideram, com oito vagas cada.



INÍCIO DE IMPEACHMENT   REPERCUTE  INTERNACIONALMENTE





cunha_jornalJornais de várias partes do mundo noticiaram a abertura do processo de impeachment da presidenta da República Dilma Rousseff na Câmara. O Wall Street Journal, dos Estados Unidos, citou a frase do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que disse não estar feliz por tomar a decisão. O El País, da Espanha, fez uma longa matéria sobre o caso.
O jornal espanhol citou a rejeição das contas de 2014 do governo, que chamou de “manobras fiscais irregulares”, como o argumento do pedido de impeachment aceito por Cunha. O periódico lembrou que, caso o impeachment se confirme, o vice Michel Temer seria o sucessor e falou ainda que “a semana começou mal para o governo”, com o anúncio da queda de 4,5% no Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro semestre.

O argentino El Clarín disse que o caso “provoca uma grande incerteza política, acentuando uma crise que se prolonga desde o início do ano”. O site da revista inglesa Time noticiou que Cunha disse estar abrindo o processo de impeachment com base em acusações de que o governo Dilma quebrou leis de responsabilidade fiscal. O inglês The Guardian disse que o Brasil entra em “sua pior crise política deste século”. O jornal também informa que, “depois de meses de disputa política”, Eduardo Cunha deu sinal verde ao impeachment depois que deputados do PT anunciaram que decidiram votar contra Eduardo Cunha no Conselho de Ética, que julga se será aberto processo contra o deputado por quebra de decoro parlamentar, o que pode resultar na cassação do parlamentar.



MINISTRO  MARCOS AURÉLIO DE MELO AFIRMA QUE CUNHA NÃO TEM PODER PARA DAR ANDAMENTO AO IMPEACHMENT



marco aurelio melloO ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quarta-feira, 2, que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, não tem o poder de dar andamento ao processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. De acordo com o ministro, o papel de Cunha é dar um parecer técnico sobre o pedido, que deverá ser posteriormente analisado e aceito, ou não, por uma comissão.
Cunha aceitou o pedido de impeachment contra Dilma feito pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal. O presidente da Câmara afirmou que a decisão tem “natureza técnica”. “Ele não toca o processo, quem toca é o colegiado. Não há esse poder do presidente da Casa receber ou não receber a notícia da prática que leva ao impeachment”, explicou Marco Aurélio. Ele afirmou que cumpre agora a Cunha constituir uma comissão, que deve ser formada, tanto quanto for possível, por parlamentares de todos os partidos.FONTE:ROBSON PIRES

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