Arma-se no Tribunal Superior Eleitoral uma grande encenação. Envolve o
processo sobre a reeleição de Dilma Rousseff e Michel Temer. Suas
páginas estão apinhadas de provas do uso de recursos ilícitos na
campanha vitoriosa de 2014. As evidências tocam fogo na
Presidência-tampão de Temer. Para ocultar as manobras que visam salvar o
mandato do substituto de Dilma, ninguém grita incêndio dentro do
teatro. Mas a inclusão dos depoimentos de delatores da Odebrecht no
processo mostra que, às vezes, torna-se inevitável gritar teatro dentro
do incêndio.
Nesta segunda-feira, o ministro Herman Benjamin, relator do processo,
interrogará mais dois ex-executivos da Odebrecht: Cláudio Melo Filho e
Alexandrino de Salles Ramos de Alencar. Com isso, Benjamin fecha a série
de cinco oitivas de colabores da empreiteira. Os depoimentos forneceram
dados que complicam a vida da turma do deixa-disso. Agora,
quem quiser se fingir de cego para livrar Temer da cassação terá de
fechar os olhos para as propinas que ajudaram a reelegê-lo.
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