A delegada da Polícia Federal, Erika Mialik Marena,
que integra a Operação Lava Jato, em Curitiba, está na disputa por uma
das três vagas disputadas na eleição aberta pela Associação dos
Delegados da Polícia Federal (ADPF), para a composição da lista tríplice
a ser apresentada ao presidente em exercício Michel Temer como possível
novo diretor-geral da corporação. A indicação do chefe da PF por lista
tríplice é uma das bandeiras dos delegados federais. Para eles o modelo
de escolha contribui para o fortalecimento da instituição.
PRIMO DELCÍDIO ESTÁ PEGANDO NO PÉ DO PRIMO ROMERO JUCÁ
De Brasília
O ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR), rebateu nesta
sexta-feira (20), as acusações do ex-senador Delcídio Amaral (sem
partido-MS) que embasam um pedido de novo inquérito contra ele no
Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro foi implicado num esquema de
corrupção em contratos na construção de Belo Monte descoberto como
desdobramento da Operação Lava Jato e que envolve membros da cúpula do
PMDB.
De acordo com Delcídio, Jucá foi um dos beneficiários de propina
desviada de contratos na construção da usina no Pará. Os recursos teriam
sido repartidos entre o PT e o PMDB e teriam servido para financiar
campanhas dos dois partidos. Em nota, a assessoria do ministro informou
que todos os recursos para campanhas em Roraima foram recebidos
oficialmente e integram as prestações de conta aprovadas pela Justiça
Eleitoral.
Delcídio também acusou, além de Jucá, o presidente da Câmara, Renan
Calheiros (PMDB-AL), e os senadores Valdir Raupp (PMDB-SC) e Jader
Barbalho (PMDB-PA) de terem recebido propina no mesmo esquema. Os quatro
integram um pedido formulado pela Procuradoria Geral da República (PGR)
para serem investigados num procedimento já aberto no STF contra o
senador Edson Lobão (PMDB-MA).
De acordo com Delcídio, as negociações para a construção de Belo
Monte envolveram o pagamento de pelo menos R$ 30 milhões de propina, que
era dividida entre PT e o PMDB. Parte desse dinheiro teria sido
distribuída entre o que o delator chamou de “grupo” do ex-senador José
Sarney (PMDB-AP), formado por Renan, Jader, Raupp e Jucá, além de Lobão e
de Silas Rondeau, então ministro de Minas e Energia e apontado como um
dos operadores do esquema.
Nesta sexta, Renan também reagiu ao pedido de Janot com a divulgação
de uma nota pública, alegando que as acusações contra ele são
“interpretações subjetivas” e “delírio”. “Todas as imputações envolvendo
o senador Renan Calheiros são por ouvir dizer ou fruto de
interpretações subjetivas. O delírio do ex-senador Delcídio Amaral, por
exemplo, é por ‘fazer parte do time do Sarney'”, diz a nota. O
presidente do Senado se colocou à disposição para esclarecimentos.
Renan, Jucá, Raupp e Jader já são investigados na Lava Jato. Do
grupo, o presidente do Senado é o que tem mais procedimentos no STF, com
12 inquéritos no total, nove dos quais por envolvimento no esquema de
corrupção da Petrobras. Se o pedido de Janot sobre Belo Monte for
aceito, será o 13° inquérito contra Renan no Supremo.
Jader Barbalho, Edison Lobão, Valdir Raupp e Silas Rondeau nega
qualquer envolvimento em um suposto esquema existente na usina de Belo
Monte.
Jucá, além de duas investigações na Lava Jato, acumula mais quatro
inquéritos. Ele aparece inclusive ao lado de Renan em uma investigação
da Operação Zelotes, por indícios de que ambos negociaram no Senado
pagamentos de R$ 45 milhões com lobistas, em troca de aprovar emenda
parlamentar de interesse de montadoras de veículos.BLOG: O PRIMO
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