quarta-feira, 18 de maio de 2016

GOVERNO TEMER DEMITE MAIS DE CEM POR DIA



justa-causaO presidente interino Michel Temer está demitindo mais de cem funcionários por dia útil, segundo Mônica Bergamo, na sua coluna da Folha de S,Paulo desta quarta-feira. Foram exonerados entre a sexta-feira (13) e terça (17), nada menos do que 324 servidores, diz a colunista, com outros detlhes:
O dia da maior sangria foi a sexta: 170 pessoas foram exoneradas, boa parte delas de cargos considerados importantes, como os de assessor especial, diretor de departamento, secretário, secretário-executivo e chefe de gabinete. Na segunda-feira (16) foram demitidos 84 funcionários. E, nesta terça (17), 70.
A exoneração mais polêmica até agora foi a do jornalista Ricardo Melo, diretor-presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), que controla a TV estatal. Ele tinha mandato de quatro anos no cargo e acionou a Justiça para contestar a medida de Temer.



SENADOR É GRAVADO E SE COMPLICA



telefone noiteO clima está tenso em um gabinete do Congresso Nacional.
Segundo a Coluna Esplanada, um importante senador foi gravado por um interlocutor em conversas comprometedoras nos moldes do episódio que derrubou o então senador Delcídio do Amaral.
O áudio foi incluído por um delator através de um advogado nos autos da operação Lava Jato, e a Procuradoria-Geral da República pode soltar operação a qualquer momento. Não há certeza se haverá mandado de prisão ou só condução coercitiva.
O camburão da Polícia Federal está com a chave na ignição, e os grandes escritórios de advocacia criminal já estão preparados para a bomba.



SAÚDE DE LULA EM "ALERTA" 



Deu no Cláudio Humberto:
lula_triste
Parecem sérias as dificuldades de Lula com saúde. É assunto proibido entre petistas, mas seu desinteresse até em discutir a sobrevivência do PT acionou o “alerta vermelho”. Terminou ontem em Brasília, sem ele, a reunião da cúpula para definir o futuro e o discurso do PT até Dilma ser julgada. Dirigentes do PT não confirmam a retomada do câncer, agora com dor, mas afirmam que Lula enfrenta “profunda depressão”.



SEM CARRO OFICIAL , DILMA E CARDOZO VÃO DE BICICLETA

bicicleta_dilma

José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça e da AGU (Advocacia-Geral da União), foi integrado à equipe de Dilma Rousseff, mas perdeu direito a residência e a carro oficial. Está se locomovendo pela capital de bicicleta. Detalhe: Dilma emprestou a própria bicicleta para que o ministro possa pedalar do flat em que está hospedado para o Palácio da Alvorada, onde ela despacha. A informação é de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo de hoje.
Já Natuza Nery informa na Folha que a caça às bruxas no terceiro andar do Palácio do Planalto não poupou ninguém nem mesmo o garçom que servia à Presidência havia quase oito anos. “José Catalão, tido como um dos funcionários mais queridos entre palacianos, foi demitido pela equipe de Temer sob a “acusação” de ser petista, relatou um servidor. Catalão não tem vínculo partidário e se orgulhava de ter servido Temer em várias ocasiões.”



MAIS AÇÃO E MENOS TRAPALHADAS. É O QUE SE ESPERA DO GOVERNO TEMER



temerROu há um cérebro superior a reger com propósito maquiavélico o coro dissonante de ministros do mal instalado governo do presidente em exercício Michel Temer, ou falta um cérebro superior capaz de pôr um fim rápido à sucessão de trapalhadas, dignas de noviços, produzidas por eles em tão curto espaço de tempo.
Por mais antigas (e aqui o antigo, a levar-se em conta o ritmo frenético dos fatos, pode datar de um ou dois meses apenas), desprezemos as trapalhadas do próprio Temer. Do tipo: conspirar com volúpia para derrubar Dilma e anunciar a pretensão frustrada de montar um ministério de notáveis.
Examinemos, apenas, as mais recentes. Ainda na semana passada, depois de desprezada a ideia de uma redução expressiva no número de ministérios, Temer (ainda ele),voltou a flertar com ela. E ao fazê-lo, às pressas, concordou com a proposta de seus principais assessores de extinguir o Ministério da Cultura. Deu no que se vê.
Diante do estrago, ainda longe do fim (se é que haverá um fim), Temer garantiu que o ministério daria lugar a uma Secretaria Especial ligada diretamente à presidência da República. Esqueceu – ou ignorava – que isso implicaria em mais gastos com o reajuste obrigatório de salários dos eventuais servidores da nova Secretaria.
Acabou obrigado a dar o dito pelo não dito e a transferir a Secretaria para o âmbito do Ministério da Educação. Não pensou – e ninguém pensou por ele – que a Cultura é mais importante do que um ministério ou secretaria. O que de fato importa é a política cultural do governo e os meios destinados à sua execução.
Não há sinal até agora de política cultural – e não é por falta de um ministério ou de uma secretaria que não há. Nem de meios para sustenta-la. Não há, sequer, uma palavra dita a esse respeito que possa acalmar os rebelados ou atiça-los de vez. Na verdade, a Cultura foi esquecida. E, agora, o governo corre atrás do estrago.
O governo da dama-de-ferro Margaret Thatcher (1979 a 1990), primeira-ministra da Inglaterra, não teve uma só mulher em posição de destaque, fora ela. Mas isso não pode servir de desculpa para justificar outro esquecimento de Temer: o de não convidar uma só mulher para ser ministra. A Inglaterra não é o Brasil, por suposto.
Aqui, as mulheres estão muito longe de conquistar o espaço que lhes devido. Aqui, ainda temos uma mulher na presidência da República, embora afastada do exercício do cargo para ser julgada pelo Senado. E aqui tínhamos mulheres como ministras de Estado. Mesmo conservador, um governo não pode ignorar a realidade.
Da última sexta-feira para cá, o governo está à caça de mulheres que possam ser encaixadas em cargos ainda em aberto e disfarçar com isso sua natureza essencialmente masculina. E à caça de uma para ocupar a Secretaria da Cultura, comporta-se como um amador. Convida quem recusaria o convite na certa. E se desgasta.
Acumula desgastes também devido à sofreguidão com que vários dos seus ministros vêm a público declarar sandices ou admitir intenções que precisariam ser mais bem amadurecidas. Muitas delas, por sinal, na contramão do que Temer pensa, do que as leis permitem e do que o bom senso aconselha.
Temer já foi obrigado a desautorizar o ministro da Justiça Alexandre de Moraes (PSDB-SP) por ter dito que o próximo Procurador-Geral da União poderia ser escolhido fora da lista tríplice a ser apresentada pela categoria dos procuradores. Temer mandou que ele dissesse o contrário. Um vexame!
Com menos de 100 horas no Ministério da Saúde, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) pisou feio na bola pelo menos duas vezes. A primeira ao conceder uma entrevista afirmando que o tamanho do Sistema Único de Saúde (SUS) deveria ser reduzido no futuro dado à falta de dinheiro. A segunda ao falar sobre a legalização do aborto.
O SUS, tal como é, está assegurado pela Constituição. No discurso de posse dos novos ministros, Temer sacou de um exemplar da Constituição e jurou que nada se fará contra ela, e que direitos adquiridos são intocáveis. A legalização do aborto não está nos planos de Temer. Ele não quer mais encrencas do que já tem.
A depender, porém, do ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), do Turismo, ele terá. O ministro defende a legalização de “todos os tipos de jogos de azar”. Estima que renderá ao Tesouro Nacional a quantia de R$ 20 bilhões anuais em impostos. Trombou logo de saída com o Ministério Público Federal, que é contra.
O governo Dilma reconheceu que há cerca de 10% de famílias atendidas pelo Bolsa Família e que não se enquadram mais nas exigências do programa. O que ganhou o governo Temer ao informar pela boca de Osmar Terra (PMDB-RS), ministro do Desenvolvimento Agrário, que fará um pente-fino no Bolsa-Família?
A informação dada por Terra passou a ser explorada por Dilma e o PT como prova da falta de compromisso de Temer com os programas sociais. O governo Temer conspira contra seus próprios interesses e abre mais frentes de luta do que de fato deseja. Ou do que seria de fato capaz de enfrentar.
Até que Dilma seja ou não deposta pelo Congresso, a atual administração Temer não passará de uma administração provisória. Dela, o que o país exige de pronto é que comece a pôr em ordem as contas públicas e adote medidas possíveis de começar a reverter a trajetória ascendente do desemprego. E é só. E é muito.

O resto pode esperar a confirmação de que Temer ficará na presidência da República até 31 de dezembro de 2018. No dia seguinte, a faixa presidencial será transferida ao seu sucessor, eleito pelo voto direto. E Temer, para o bem ou para o mal, passará à História.

Por Ricardo Noblat

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