O Jornal Nacional
destaca que Henrique Eduardo Alves pediu nesta quinta-feira (16)
demissão do cargo de ministro do Turismo. Segundo o ex-presidente da
Transpetro Sérgio Machado, ele foi um dos políticos favorecidos no
repasse de propina. É o terceiro ministro a deixar o governo interino de
Michel Temer.
Henrique Eduardo Alves, do PMDB, era um dos mais próximos ministros
do presidente em exercício, Michel Temer. É o terceiro ministro a cair
por causa da delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio
Machado.
Machado disse que Henrique Alves sempre procurava por ele antes das
eleições. E que conseguiu para ele R$ 1,550 milhão. Dinheiro de propina
de empreiteiras que tinham negócios com a Transpetro.
Machado: Eu doei a ele quatro parcelas. Uma em 2008
de R$ 300 mil da Queiroz Galvão, uma em 2010 de R$ 500 mil da Galvão
Engenharia, uma em 2012 da Queiroz Galvão de R$ 250 mil e outra em 2014
da Queiroz Galvão de R$ 500 mil.
Henrique Alves já havia sido citado em outros casos de corrupção
investigados pela Lava Lato. Há dois pedidos de investigação contra ele
no Supremo Tribunal Federal.
Um deles é referente ao inquérito-mãe da Lava Jato, que apura se
existiu uma organização criminosa para desviar dinheiro da Petrobras, e
outro que apura se o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, pediu
dinheiro da empreiteira OAS para beneficiar Henrique Alves.
Na carta de demissão, Henrique Alves disse que o momento nacional
exige atitudes pessoais em prol do bem maior e que não quer criar
constrangimentos ou qualquer dificuldade para o governo. Ele afirmou que
está seguro de que todas as ilações envolvendo o nome dele serão
esclarecidas, e agradeceu o apoio de Temer.
Também pesou na saída de Henrique Alves o fato de ele ter sido citado
em outra delação, que ainda não se tornou pública: a de Fábio Cleto,
ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal.
Aliados aconselharam Michel Temer a não nomear Henrique Eduardo Alves
ministro do governo. Havia um consenso de que, mais cedo ou mais tarde,
ele seria atingido por novas denúncias na Lava Jato que iriam obrigá-lo
a deixar o governo.
Mas Temer manteve Henrique Alves no governo em gratidão por uma longa
amizade política. Como ministro, Henrique Alves garantia o direito de
ser julgado no Supremo, e não pelo juiz Sérgio Moro. Com a demissão, ele
perde o chamado foro privilegiado.
A oposição disse que a queda de mais um ministro enfraquece o governo
Temer. “Acho que a queda de mais um ministro é proveniente exatamente
da podridão do sistema político que está envolvendo todos os partidos
políticos do nosso país, por isso o governo Temer não se sustentará”,
afirmou o senador Paulo Rocha (PT-PA).
Aliados de Temer disseram que, mais uma vez, o governo deu respostas
rápidas para a crise. “O governo do presidente Michel Temer e a atitude
dele é diferente do governo anterior, onde o PT passava a mão na cabeça
dos seus. O presidente Michel Temer não tem essa prática. Então, tem que
haver essa avaliação”, afirmou o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM).
A Queiroz Galvão declarou que as doações eleitorais da empresa
obedecem à lei. A Galvão Engenharia e a OAS não quiseram se manifestar.FONTE:ROBSON PIRES
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