Do UOL, em São Paulo
Aécio Neves, presidente do PSDB e senador por Minas Gerais, foi
gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista, dono da JBS, diz o
jornal O Globo.
As informações fazem parte de uma delação de Joesley que ainda não
foi homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal). O depoimento do
empresário foi dado à PGR (Procuradoria-Geral da República) em abril e,
no dia 10 passado, o conteúdo foi comunicado ao ministro do Supremo
Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte.
Joesley entregou um áudio à PGR em que o tucano pede a quantia, sob o
pretexto de pagar as despesas com sua defesa na Operação Lava Jato.
Segundo a reportagem, Aécio e Joesley se encontraram no dia 24 de
março no Hotel Unique, em São Paulo. O diálogo gravado durou cerca de 30
minutos.
Na gravação obtida pelo jornal, o tucano afirmou que iria contratar o
criminalista Alberto Toron para defendê-lo na Lava Jato. O nome do
advogado já havia sido citado à Joesley, anteriormente, por Andréa
Neves, irmã e braço-direito do senador.
O jornal detalha como foi o diálogo. Joesley pergunta como poderia
fazer a entrega das malas com os valores. “Se for você a pegar em mãos,
vou eu mesmo entregar. Mas, se você mandar alguém de sua confiança,
mando alguém da minha confiança”, propôs o empresário. O senador
respondeu: “Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação.
Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu
porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do
caralho”.
Aécio indicou um primo, Frederico Pacheco de Medeiros, para receber o
dinheiro. Fred, como é conhecido, foi diretor da Cemig, nomeado por
Aécio, e um dos coordenadores de sua campanha a presidente em 2014.
Quem levou o dinheiro a Fred foi o diretor de Relações Institucionais
da JBS, Ricardo Saud, um dos sete delatores. Foram quatro entregas de
R$ 500 mil cada uma. A PF filmou uma delas.
No material que chegou às mãos de Edson Fachin, relator da Lava Jato
no STF, na semana passada, segundo O Globo, a PGR diz ter elementos para
afirmar que o dinheiro não foi repassado a advogado algum. As filmagens
da PF mostram que, após receber o dinheiro, Fred repassou, ainda em São
Paulo, as malas para Mendherson Souza Lima, secretário parlamentar do
senador Zezé Perrella (PMDB-MG).
Mendherson levou de carro a propina para Belo Horizonte. Ele foi seguido pela PF durante as três viagens.
As investigações da PGR revelaram que o dinheiro não era para
advogado. O assessor negociou para que os recursos fossem parar na
Tapera Participações Empreendimentos Agropecuários, de Gustavo Perrella,
filho de Zeze Perrella.
O UOL está tentando contato com as assessorias de imprensa de Aécio Neves, Zezé Perrella e da JBS. Nenhum deles ainda respondeu.
ROCHA LOURES É O HOMEM DA MALA PRETA DE TEMER
Rodrigo Santos da Rocha Loures, o homem da mala, é um administrador de
empresas e amigo intimo do presidente Temer. É filho do fundador da
Nutrimental, Rodrigo Rocha Loures.
Foi assessor especial do presidente Michel Temer, Rodrigo Rocha
Loures (PMDB-PR) assumiu o mandato de deputado federal na Câmara como
suplente ministro da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB-ES) um dia depois
de Osmar ter sido empossado por Temer.
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