O líder do PMDB no Senado, Renan
Calheiros, vem dando sinais de que é a favor da renúncia do presidente
Michel Temer, de forma cifrada, para que ele “compreenda a gravidade do
momento e facilite a própria sucessão, uma vez que o processo de
impeachment é algo traumático para o país, como já se demonstrou em sua
opinião no processo que levou à destituição de Dilma Rousseff”.
Tanto que nesta terça-feira (23) o senador em entrevista a uma rádio
gaúcha sinalizou que avança a articulação pela renúncia do presidente
Michel Temer (PMDB). Renan cobrou que Temer “facilite uma solução” à
crise política aprofundada após vir à tona o conteúdo da delação dos
irmãos Batista, donos da JBS, na semana passada.
O senador aproveitou a oportunidade para aventar nomes de substitutos
ao presidente. Citou a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
Cármen Lúcia, o ministro do STF Gilmar Mendes, o ex-ministro do
tribunal Joaquim Barbosa, o ex-ministro Nelson Jobim, a senador Kátia
Abreu (PSD) e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e do Senado,
Eunício Oliveira (PMDB).
“Não será por falta de nomes que vamos escolher, no curto prazo, um
presidente e um vice-presidente da República”, afirmou Renan. “A
circunstância [de Temer] está muito difícil e tende a se agravar.
Acredito que, no desdobramento dessa crise, Temer vai entender o seu
papel na história, vai facilitar uma solução.”
Questionado, o líder disse não ter conversado com o presidente sobre
essa sua opinião, mas que o fará “se houver necessidade”. “Quanto mais
demorar esse encaminhamento, mais difícil para o país.”
Na visão de Renan, por conta dessa urgência, não é o caso de
instalar um processo de impeachment contra Temer. “Impeachment não é a
solução. A solução seria negociada.”
O pemedebista disse que o áudio da conversa entre Temer e o delator
Joesley Batista “chocou a sociedade” pelo assunto que era tratado por
eles tentativas de barrar ações na Justiça contra a corrupção. “Vamos
ver como o presidente Michel, que tem talento e responsabilidade, vai se
posicionar no sentido de que possamos essa crise rapidamente estancar.”
Renan colocou como prioridade das decisões políticas nesse momento
garantir que as eleições presidenciais marcadas para 2018 aconteçam. “Se
vamos ter eleições agora pelo Congresso [indiretas] ou processo um mais
demorado [eleições diretas], o importante é ter garantia de eleição
geral .FONTE: VALOR ECONÔMICO
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