Lembra
do procurador da República Ângelo Goulart Vilela, que falou na Câmara
sobre as virtudes das Dez Medidas Contra a Corrupção, propostas pelo
Ministério Público Federal? Foi preso no dia 18, por suspeita de passar a
Joesley Batista, do JBS, informações a respeito da investigação sobre
ele
Temer pode se sentir fragilizado, ou ser abandonado por seus colegas
de Governo, e renunciar. Mas há um problema: perde o foro privilegiado e
fica exposto ao juiz Sérgio Moro. Ou o TSE pode cassar o registro da
chapa Dilma-Temer, por abuso de poder econômico e político. Nos dois
casos, como não há vice, o Congresso tem 30 dias para eleger
indiretamente o substituto. Nesse prazo, assumiria o presidente da
Câmara, Rodrigo Maia; ou, em sua ausência, o presidente do Senado,
Eunício Oliveira.
Ambos, porém, têm problemas no Supremo, e podem ser impedidos de
assumir. Assumiria então a presidente do Supremo, Carmen Lúcia. Temer
também pode sair por impeachment, mas isso levaria praticamente um ano: o
eleito governaria por seis meses, ou pouco mais. A ideia da eleição
direta é inviável: aprovar uma emenda à Constituição, realizar a
campanha e finalmente colher os votos é muita coisa para o prazo
disponível.
TEMER ,MOBILIZA ALIADOS PARA SE SUSTENTAR NO CARGO
Com o acordo tácito de que terá o suporte do PSDB e do DEM até, ao
menos, o desfecho de seu julgamento do TSE, em junho, o presidente
Michel Temer trabalha agora para conter a construção de uma alternativa
viável para substituí-lo no Planalto. A insegurança sobre o que viria
com uma possível queda favorece sua permanência no posto. O governo jura
ter o apoio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), citado pela
base aliada e partidos como o PT como uma opção.
Caberia a Rodrigo Maia conduzir o processo de uma eleição indireta.
Nesse cenário, aliados do deputado reconhecem que ele teria dois fatores
a seu favor: já estaria no comando do país e ainda poderia negociar a
cadeira de presidente da Câmara para angariar apoio.
LULA ESTIMULA ALIADOS A DEBATER ELEIÇÕES DIRETAS
Na série de reuniões que comandou em seu instituto nesta segunda
(22), Lula estimulou o PT a ampliar o debate sobre eleições diretas. Há a
constatação de que, se a proposta for vista como uma bandeira da sigla,
ela não vai prosperar.
O ex-presidente disse que, sem gente nas ruas, será difícil fazer o
debate sobre novas eleições presidenciais avançar. Ainda indicou que o
PT não deve estimular uma solução pela eleição indireta, via preferida
por siglas como o PSDB.FONTE: ROBSON PIRES
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