POR FOLHAPRESS
O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci
tenta negociar, em acordo de delação premiada, que sua pena seja
cumprida em um ano de prisão domiciliar e que seus depoimentos sejam
focados em banqueiros e empresários, além do ex-presidente Lula.
Preso desde setembro de 2016, o petista tem se dedicado, no último
mês, à elaboração de sua proposta de acordo com a Procuradoria-Geral da
República e a força tarefa da Lava Jato em Curitiba.
Para ter sua delação aceita pelos investigadores, Palocci decidiu
revelar os detalhes de operações supostamente irregulares cometidas pelo
ex-presidente e um dos donos do BTG Pactual, André Esteves, e o ex-dono do Pão de Açúcar Abílio Diniz.
No caso de Esteves, o ex-ministro promete explicar supostas vendas de
medidas provisórias no Congresso para bancos privados, nos quais,
segundo Palocci, o banqueiro esteve envolvido.
Sobre Abílio, o petista diz, segundo a Folha apurou, que pode
detalhar suposta manobra para tentar mantê-lo no controle do Grupo Pão
de Açúcar, em meio à disputa com a francesa Casino. O imbróglio, que
durou dois anos, não deu certo e culminou na saída de Abílio do conselho
do grupo, em 2013.
Como a Casino contava com o apoio informal de Fernando Pimentel (PT),
à época ministro do Desenvolvimento de Dilma, Abílio contratou Palocci
para garantir influência a seu favor. A informação foi confirmada à
Folha por integrantes das tratativas do acordo.
O Grupo Pão de Açúcar
fez pagamentos à Projeto, empresa de Palocci, por meio do escritório do
advogado e ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, morto em 2014.
Notas divulgadas em 2015 pelas partes confirmam as transações. Relatório
do Coaf, com dados de 2008 a 2011, mostra que Bastos foi o segundo
maior cliente da consultoria de Palocci, com repasses de R$ 5,5 milhões.
Em 2015, a Projeto divulgou nota na qual afirma que os pagamentos
tiveram como origem o grupo Pão de Açúcar, que contratou o ex-ministro
para que ajudasse na fusão com as Casas Bahia.
Além de citar integrantes do setor privado, o que poderia abrir novo
flanco de investigação, Palocci diz que explicará esquema de corrupção
no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), o que poderia
unir as operações Zelotes e Lava Jato.
Para dar início às conversas sobre a delação, procuradores exigiram
que o petista confirmasse informações sobre o ex-presidente Lula dadas
por ex-executivos da Odebrecht, principalmente no diz respeito à conta
“Amigo”. Ele sinalizou positivamente.
Segundo o ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht, Palocci
operava uma conta-propina, destinada às demandas políticas de Lula.
Outro episódio que envolve o ex-presidente e que Palocci pretende
esclarecer é o suposto benefício financeiro obtido por Lula na criação
da empresa Sete Brasil, em 2010.
Até o momento, Palocci se reuniu apenas uma vez com os procuradores.
Na conversa, mostrou-se reticente a entregar políticos com foro
privilegiado. No entanto, a atitude foi revista depois que
investigadores disseram que, sem isso, não haveria acordo.
Depois que foi preso, Palocci colocou um prazo de seis meses para sua
defesa antes de começar a negociar uma delação. Como até abril não
houve nenhuma decisão de tribunais superiores a favor de sua soltura,
deu início às tratativas, comandadas hoje pelos advogados Adriano Bretas
e Treacy Reinaldt.
OUTRO LADO
A defesa de Lula afirmou que a Lava Jato “não conseguiu apresentar qualquer prova sobre suas acusações contra o ex-presidente”.
A assessoria de Abílio disse que o contrato entre a empresa de
Palocci e o escritório de Bastos foi alvo de investigação e não
apresentou irregularidades. Diz ainda que, no período de vigência do
contrato, Abílio não tinha função executiva na empresa. A assessoria do
BTG Pactual não comentou.BLOG: BG









BELA MEGALE




O
tucano enviou, ao todo, 27 questionamentos, divididos em três blocos:
aspectos gerais do áudio recebido pela Procuradoria-Geral da República,
sobre o equipamento utilizado, e sobre a gravação em si.
BRASÍLIA
— Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), apresentou
à presidente da Corte, Cármen Lúcia, manifestação rebatendo os
argumentos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que pediu a
suspensão do ministro como relator do caso de Eike Batista, pelo fato de
sua mulher trabalhar para um escritório de advocacia que presta
serviços ao empresário.
Estadão Conteúdo

LUCAS VETTORAZZO
TALITA
FERNANDES E MARINA DIAS BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A leitura do
relatório da reforma trabalhista no Senado foi interrompida nesta
terça-feira (23) por agressão entre parlamentares que se chamaram de
“bandido” e de “vagabundo”. A confusão começou quando o senador Randolfe
Rodrigues (Rede-AP) disse para Ataídes Oliveira (PSDB-TO) que ele
“apoiava um governo corrupto”. O tucano respondeu chamando Randolfe de
“bandido”, que retrucou: “me respeite, bandido é o senhor”. Ataídes se
irritou e partiu para cima de Randolfe, chamando-o de “moleque” e
“vagabundo”. Outros senadores agiram para separar a briga.

