VACCARI ACONSELHOU PT A PAGAR 240 MIL A SUA CUNHADA
O então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, aconselhou o partido a
indenizar Marice Correa de Lima, sua cunhada, para evitar um processo em
meio à campanha de Dilma Rousseff, em 2010. Marice teria procurado o
cunhado afirmando não estar “suportando mais a pressão da mídia” em
razão do envolvimento de seu nome no mensalão e, por isso, exigia do PT
uma indenização.
O valor desembolsado extraoficialmente pelo partido no ano seguinte
serviu para Marice comprar um apartamento no Guarujá. Os investigadores
da Operação Lava-Jato suspeitam que o imóvel foi usado para lavar
dinheiro para o esquema comandado por Vaccari.
“Me parece que o mais aconselhável é pedir a sua intervenção no caso,
como advogado, para iniciar um diálogo e chegar a um acordo, a fim de
evitar qualquer tipo de ação reparatória, de natureza civil ou
trabalhista, contra o Partido”, afirmou Vaccari em carta enviada ao
ex-deputado petista e advogado Luiz Eduardo Greenhalgh.
O acordo de indenização firmado entre o PT e Marice foi assinado no
dia 25 de fevereiro de 2011, quando Vaccari ainda era o tesoureiro do
PT. Ele só deixou o cargo no começo deste ano, pedindo licença do cargo
quando já estava preso em Curitiba. Marice ganhou do PT R$ 240 mil, com
R$ 40 mil de entrada e outras dez parcelas de R$ 20 mil cada.
AGRIPINO DEFENDE LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
No dia em que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) completa 15
anos, o presidente nacional do Democratas, José Agripino (RN), disse
nesta segunda-feira (4) que a legislação foi primordial para garantir a
gestão responsável e eficiente do gasto público. O parlamentar,
entretanto, afirmou ser imprescindível o preenchimento de duas lacunas
hoje encontradas na lei. A primeira é a necessidade de definir
urgentemente os limites de endividamento da União e a segunda é a
criação do Conselho de Gestão Fiscal, já previsto no artigo 67 da LRF,
que deve fiscalizar e acompanhar os gastos públicos.
“Os estados e municípios colocam em seu orçamento as previsões de
endividamento, mas com a União não é assim. E por isso estamos pagando o
preço de um país que não cresce”, criticou o parlamentar. Agripino
lembrou que, em 2014, o governo federal apresentou meta do superávit
primário de R$ 100 bilhões, mas obteve déficit de R$ 30 bilhões. Somados
ao pagamento de juros, a União gastou R$ 340 bilhões do que não podia
de seu orçamento no ano passado, fazendo a dívida pública subir para R$
2,4 trilhões. “O que aconteceu com o gestor federal? Absolutamente nada.
Se fosse um prefeito, ele estaria na cadeia ou sendo processado”,
destacou.
José Agripino lembrou ainda que presidia a Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) do Senado quando se discutia a LRF. O senador criticou o
fato de o PT ter votado contra a legislação. “Fui prefeito e governador e
sei por experiência devida que o administrador público passa por muitas
provações. O PT votou contra a LRF e tinha a obrigação de, encontrando
essas lacunas, ter completado a obra, ou seja, ter regulamentado a
capacidade de endividamento da União”.
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