O deputado federal Onyx Lorenzoni
(DEM-RS) anunciou que vai protocolar um requerimento pedindo a
convocação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, segundo ele,
seria o responsável pelos investimentos da Petrobras desde 2003 na
construção de refinarias, plataformas, navios-sonda e gasodutos. A
reunião ocorre no plenário 5.
PAULO ROBERTO COSTA LISTA 28 POLÍTICOS QUE TERIAM RECEBIDO PROPINA
O
ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa apontou, em
depoimento à CPI da Petrobras, nomes de 28 políticos que, segundo ele,
receberam dinheiro ilícito da estatal. “Quem teve relacionamento
impróprio com o senhor?”, perguntou o deputado Ivan Valente (Psol-SP),
deixando claro que “relacionamento impróprio” significava recebimento de
dinheiro ilícito para campanhas. O deputado leu os nomes dos 52
políticos investigados em inquéritos abertos pelo Ministério Público
Federal, com autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Teori Zavascki. Desses, Paulo Roberto Costa admitiu ter tido relações
ilícitas, que implicavam em pagamento de dinheiro, com 28 políticos:
Senadores: Ciro Nogueira (PP-PI), Renan
Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR), Edson Lobão (PMDB-MA),
Valdir Raupp (PMDB-RO), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Humberto Costa (PT-PE),
Lindberg Faria (PT-RJ) e Fernando Bezerra (PSB-PE);
Deputados Federais: Benedito de Lira
(PP-AL), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Simão Sessim (PP-RJ), Luiz Fernando
Faria (PP-MG), José Otavio Germano (PP-RS), Mário Negromonte (PP-BA),
Aníbal Gomes (PMDB-CE), Eduardo da Fonte (PP-PE), Arthur Lira (PP-AL) e
Nelson Meurer (PP-PR);
Ex-deputados-federais: Pedro Corrêa (PP-PE), Pedro Henri (PP-MT), Cândido Vaccarezza (PT-SP) e João Pizolatti (PP-SC);
Além dos ex-senadores Sérgio Guerra
(PSDB-PE), já falecido, e Roseana Sarney (PFL-MA); o ex-ministro das
Comunicações Paulo Bernardo (PT); o ex-governador do Rio de Janeiro
Sérgio Cabral (PMDB); e o atual governador do Rio de Janeiro, Luiz
Fernando Pezão (PMDB). Paulo Roberto Costa disse não conhecer outros
políticos investigados pelo Ministério Público, como o presidente da
Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. “Não convocamos ainda nenhum
político. Vou exigir que a gente convoque as pessoas mencionadas por
ele”, disse Ivan Valente.
PROPINA PAGA A LIDERES DO PSDB TENTOU EVITAR CRIAÇÃO DE CPI
O ex-diretor de Abastecimento da
Petrobras Paulo Roberto Costa reafirmou em seu depoimento à CPI da
Petrobras que manteve encontros com o então senador tucano Sérgio Guerra
(PE), morto em 2014, para tratar de propina para evitar a criação de
uma comissão parlamentar de inquérito. Segundo Costa, a empreiteira
Queiroz Galvão, de Pernambuco, efetuou o pagamento ao tucano. “Não sei
se foi doação oficial ou não”, declarou o ex-diretor, ressaltando que
independentemente da forma como foi pago, o dinheiro era fruto de
“desvio de recursos” da Petrobras.
Costa reiterou sua relação com o
deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), que o teria apresentado ao senador
Sérgio Guerra. Ele também confirmou ligação com o doleiro Alberto
Youssef e o ex-deputado José Janene, morto em 2010. Ao falar da
necessidade de apoio político para ocupar a diretoria da Petrobras, o
ex-diretor contou que leu nos jornais que o ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso teria admitido a indicação de políticos para a
Petrobras. “FHC lembrava de ter indicações políticas quando ele era
presidente da República”, comentou.MARCOS DANTAS
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