A Rede Sustentabilidade decidiu não
participar formalmente das manifestações que tomaram o país nas últimas
semanas. No entanto, aliados da ex-senadora Marina Silva avaliam que os protestos podem ajudar o processo de formalização do partido que, na quinta-feira, sofreu um revés na Justiça.
“Talvez estes protestos acentuem ou acelerem o processo de constituição do partido”, disse Cássio Martinho,
porta-voz da Rede.”Mas é bom deixar claro que todas nossas opiniões tem
que ser consideradas provisórias pois as coisas ainda estão
acontecendo”, acrescentou.
Martinho evitou fazer prognósticos sobre
o impacto eleitoral dos protestos, até porque Marina e a Rede têm
criticado a antecipação da disputa presidencial.
No entanto, pesquisa do Datafolha aponta
que Marina tem 22% da preferência dos manifestantes de São Paulo, atrás
apenas do presidente do STF, Joaquim Barbosa, que ao menos por enquanto não é candidato, e doze pontos percentuais à frente da presidente Dilma Rousseff, que tem 10%. O tucano Aécio Neves aparece com 5%.
Embora evitem falar em eleições,
integrantes da Rede sabem que Marina tem uma interlocução mais afinada
com os grupos que organizam os protestos do que os partidos políticos
tradicionais.
“As manifestações reconfiguraram todo o
contexto político brasileiro de uma vez só”, disse Cássio Martinho.
“Estes grupos que a Marina costuma chamar de movimentos de borda, pois
atuam fora da institucionalidade, participaram da formação da Rede”,
completou.
A própria Marina, em vídeo divulgado no
Youtube sexta-feira passada, avaliou que os partidos políticos
tradicionais foram colocados em xeque com os protestos.
“Sempre disse que era um erro tratar
estes movimentos como se fossem apenas virtuais”, disse Marina. “As
pessoas não estão suportando mais esta situação de impotência para
transformar o que elas querem que seja transformado. O monopólio dos
grandes partidos as coloca apenas como expectadoras da política”.
A Rede sofreu um revés nesta
quinta-feira com a decisão do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF)
de derrubar a liminar do ministro Gilmar Mendes que
impedia a tramitação no Congresso de um projeto que limita a criação de
novos partidos. Isso deve dificultar a formalização da Rede.
Apesar da derrota, os aliados de Marina
estão confiantes de que o partido será oficializado até outubro. Segundo
fontes do partido, existe uma grande articulação no Senado, incluindo
senadores de partidos da base do governo, para que o projeto que limita a
criação de partidos seja derrubado. Um arsenal jurídico está pronto
para ser usado.
A prioridade agora é conseguir mais 300
mil assinaturas para a formalização do partido. A Rede precisa de 498
mil, já tem mais de 550 mil, mas quer garantir uma margem de segurança
para casos de problemas formais.FONTE:PORTAL G1
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